Ambidestria organizacional: a fórmula para a eficiência na gestão da inovação

Na gestão dainovação, é preciso saber como aumentar a eficiência de seu negócio. Para isso, é necessário compreender como gerenciar suas diferentes fontes de valor.

Nesse contexto, a ambidestria organizacional é uma forma de manter um equilíbrio dessas atividades. Assim, objetivos de curto e longo prazo integram-se a uma inovação que convive com os demais investimentos da organização.

Em resumo, alcança-se o controle da inovação radical com a inovação incremental .

Neste artigo, saiba maissobre o conceito de ambidestria organizacional e sua aplicação no cenário atual dos negócios. Quais são seus principais pontos? Por que esse conceito pode ajudar em sua gestão? Confira a seguir.

O que é ambidestria organizacional?

O momento de tomada de decisão em uma empresa impacta investimentos. E quando se fala de gestão e inovação, um engano comum é ater-se apenas a um tipo de investimento.

Em fevereiro de 1991, James G. March, professor de Stanford, lança seu estudo Exploration and Explotation in Organizational Learning . Ou, em uma tradução livre, Exploração e Explotação no Ensino Organizacional . Nele, March propõe que há um risco quando se coloca o foco apenas em um tipo de atividade. Nesse caso:

  • Ações de exploração (exploration): atividades voltadas para a experimentação. No contexto da empresa, são as novas formas de gerar valor. A inovação radical de produtos e serviços únicos e o risco na tomada de decisão estão diretamente ligados a essa atividade.
  • Ações de explotação (exploitation): atividades voltadas para o refinamento e a eficiência dos processos. No contexto da empresa, são as formas de desenvolver produtos e serviços já estabelecidos. As pequenas melhorias e a inovação incremental em produtos já existentes são exemplos de ações de explotação.

Dessa forma, oque faz com que uma organização tenha sucesso na inovação é sua capacidade de inovar e ainda assim ser eficiente.

Como vimos, a inovação é um ato de risco. E lidar com o risco em todas as esferas da empresa nem sempre pode se resumir a uma inovação radical. É preciso cuidar da base. A ambidestria organizacional define, justamente, essa capacidade e a necessidade de seu equilíbrio.

No entanto, como lidar com atividades de naturezas distintas dentro da mesma organização?Sua empresa pode arriscar ao mesmo tempo em que realiza investimentos seguros naquilo que já conhece? Em que ponto as grandes marcas enfrentam a ambidestria organizacional na prática? A seguir, descubra mais sobre esses pontos.

Inovação incremental e inovação radical na prática

O conflito não existe somente entre a inovação radical e a inovação incremental. No cenário atual, alcançar a melhor ambidestria organizacional possível significa saber como direcionar os esforços de sua empresa. São diferentes lógicas que, quando colocadas lado a lado, exigem diferentes recursos e requisitos para que gerem o resultado esperado.

A estimativa na gestão de inovação é também afetada pelo equilíbrio buscado na ambidestria organizacional da empresa. Isso significa que a inovação radical das atividades de exploração pedem por um longo prazo. Em contrapartida, a inovação incremental em ações de explotação é mais bem adequada a ações pontuais, de curto a médio prazo.

Um exemplo da ambidestria organizacional entre as maiores empresas da atualidade pode ser visto na Amazon. Seu principal serviço de suprimento, compra e venda de produtos em sua loja virtual permanece sendo a parte incremental.

Ao mesmo tempo em que a Amazon investe em melhorias na estrutura base, existem esforços na exploração de novos empreendimentos.

O experimento do Amazon Go é um caso de exploração, de inovação radical e disruptiva. Afinal, ter uma loja física sem caixas e processo de checkout ainda é um passo experimental no contexto mercadológico. Ao mesmo tempo, são ações como essa que garantem a imagem da Amazon como empresa pioneira e inovadora.

O equilíbrio entre serviços e negócios que pedem por diferentes tipos de inovação é a base da ambidestria organizacional. Nesse processo, o ambiente também é um grande fator de influência na forma de se trabalhar com inovação.

Um mercado mais dinâmico e aberto a novas possibilidades recebe melhor a exploração e inovação radical. Já um ambiente competitivo, no qual todas as empresas disputam em uma paridade de recursos, ações de explotação têm vantagem.

É importante ter em mente de que ações ambidestras não se refletem somente no dinamismo ou na competitividade do ambiente externo.

Internamente, a ambidestria organizacional é diretamente influenciada pelos mecanismos de integração da empresa. Isso significa que, para alcançar a ambidestria organizacional, é necessário primeiramentedominar processos de planejamento e implementação da empresa.

Considerações finais

O conceito de ambidestria organizacional traz para a mesa o pensamento da inovação pelas variáveis que impactam a empresa.

No contexto atual, os métodos e recursos utilizados não têm uma fórmula definida. Ou seja, não é possível que haja um consenso de quais atividades colaboram em todos os casos para a exploração ou explotação.

Mesmo dentro de serviços já estabelecidos, as possibilidades podem desencadear aspectos de inovação radical ou incremental. Voltando ao exemplo da Amazon, é possível ver nitidamente como o aspecto de exploração de seu algoritmo de recomendação transformou-se.

No começo do ciclo de vida da empresa, esse era um ato de inovação radical e disruptivo. Hoje, ele faz parte das atividades de explotação da organização.

Um sistema que privilegia a ambidestria organizacional é aquele em que a gestão de inovação valoriza seus recursos. O intraempreendedorismo, por exemplo, é uma forma de fazer com que recursos considerados escassos na gestão estratégica inovem. Colaboradores que ganham autonomia na empresa para inovar e otimizar as bases do negócio são aqueles que tornam-se recursos ainda mais valiosos para a empresa.

A inovação de sua empresa é direcionada à ambidestria organizacional? Como suas equipes lidam com o conflito entre atividades de inovação radical enquanto otimizam produtos em inovação incremental? Compartilhe sua opinião e suas experiências nos comentários!

Lillian Donato

Formada em Publicidade e Propaganda pela UFES e pós-graduada em BI, Marketing Digital e Data Driven pela PUCRS, Lillian trabalha com marketing há 8 anos, tendo passado por agências de marketing, veículos de comunicação, trabalhando com rádio e televisão, além do setor de tecnologia e software. Ao longo de sua experiência profissional, já trabalhou com design, redação, SEO, mídias pagas, CRO e diversas outras áreas no marketing, tendo como especialidade marketing b2b. Atualmente é coordenadora de marketing na AEVO.

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