Em uma apresentação no TED, Jane McGonigal afirma que mais de 3 bilhões de horas são investidas semanalmente em jogos. Em escala mundial! Entretanto, ela surge com um argumento interessante: para solucionar problemas no mundo real, é preciso jogar mais. Pelo menos 21 bilhões de horas nos próximos 10 anos! Não somente em jogos online, claro. Bem-vindo à gamificação!
Entender o que faz com que jogos incentivem pessoas a resolverem problemas e superarem desafios pode ser valioso. Descubra mais, a seguir, sobre o que é a gamificação e como é possível executá-la com sucesso em sua organização. Acompanhe!
Entenda o começo da gamificação
O estudo de jogos em aplicações práticas, como educação, por exemplo, não é uma tendência recente. Desde os anos 1980, inovadores como Daniel Burrus teorizavam sobre a Gamificação, ainda que na época não houvesse o termo “gamification” em si.
Em 2002, Nick Pelling, programador de jogos, aplica o termo “gamification” em sua startup Conundra. A proposta era fazer com que fabricantes tivessem plataformas de entretenimento em seus dispositivos eletrônicos. O projeto em si foi um fracasso. No entanto, conforme o próprio Nick Pelling, acredita-se que o termo tenha nascido a partir daí.
Áreas como a educação já utilizavam videogames na década de 1980, por exemplo, como uma forma de ensinar conteúdos. É o caso de jogos como The Oregon Trail e Math Blaster, clássico em escolas americanas. Estudos acadêmicos sobre gamificação trouxeram uma ressurgência disso a partir da década passada.
Entretanto, o foco da gamificação dessa vez vai além do ensino básico. A implementação dos princípios pensados ao se desenvolver jogos, quando aplicados a uma solução ou projeto diferenciado, pode ter diferentes possibilidades.
Agora que você sabe a curta origem do termo, é hora de conhecer a gamificação de fato.
Fase 1: o que é a gamificação?
Situações diárias exigem um preparo que, muitas vezes, vão além das competências técnicas. Características como cooperação, resiliência, motivação, recompensa, entre outras, essas são análogas. Seja em videogames ou em um projeto profissional, elementos de estímulo e até mesmo direcionamento e organização são parte da gamificação.
A primeira barreira que deve ser quebrada ao se falar de gamificação é o próprio conceito de “game”. A gamificação é um recurso que, para ter potencial amplo, deve ser pensado além do formato de um jogo. É preciso pensar na gamificação a partir de estratégias. Afinal, é por meio da tomada de decisão das estratégias a serem seguidas que o projeto pode ter sucesso.
Fase 2: conceitos e aplicabilidade da gamificação
A gamificação, por meio de técnicas como reforço positivo, priorização de metas e demais outras, consegue propor o engajamento das pessoas. É possível ver a gamificação sendo aplicada de diversas formas em diferentes produtos, serviços e processos empresariais.
Confira, a seguir, algumas das características que jogos propiciam e podem ser transmitidas pelo uso da gamificação:
- Sensação de vitória: quando um desafio é superado em um jogo bem idealizado, o design e as mecânicas reforçam o sentimento de realização. Em alguns casos, um jogo parece exigir algo impossível ou além das capacidades de seu jogador. No entanto, por meio de mecânicas e estratégias aplicadas, ele é surpreendido e agraciado com uma vitória.
- Criação colaborativa: jogos, especialmente com um fator online, são um cenário propício para fazer com que comunidades sejam formadas. Mas não apenas comunidades que partilham um gosto em comum. Tratam-se de comunidades que agregam valor ao próprio jogo e constroem, pelo engajamento, conteúdo artístico e informativo. É o caso de comunidades de jogos como Minecraft ou League of Legends.
- Prazer na Produtividade: os objetivos de um jogo são diferentes dos da vida real, por serem artificialmente criados em um ambiente controlado. Entretanto, isso faz com que haja um controle maior e faça com que o jogador se sinta bem enquanto resolve os problemas nesse universo. Por meio de um trabalho bem definido e transmitido, constrói-se uma relação social forte.
- Pontuações: em uma análise técnica, pontuações nada mais são do que representações numéricas de ações e seus resultados. A gamificação torna possível a mensuração de desempenho, podendo ser um método para engajar melhores resultados de forma saudável.
Você leu até aqui e liberou um bônus! Exemplos e casos de sucesso:
Gamificação: casos de sucesso
Um exemplo de uma rede social que desde 2009 utilizava a gamificação para aumentar seu engajamento é o Foursquare. Ao realizar um check-in com seu celular em um local, o usuário era motivado a competir em um ranking, podendo se tornar o “prefeito” do local. Com essa técnica de gamificação, utilizar a rede social passava de uma experiência passiva para algo realmente instigante!
A proposta de check-in interativo promovida pelo Foursquare traria resultados financeiros concretos no longo prazo. Mudanças de identidade e gestão, entretanto, foram necessárias para que a rede mantivesse relevância.
Houve impactos e perda de relevância com o tempo. Mas o core estava na informação coletada. Informações que compõem 74% do crescimento financeiro do grupo Enterprise, detentor do aplicativo. Dezenas de milhões de dólares.
A gamificação, como já vimos, também pode ser utilizada em educação. Mas essa educação pode ser utilizada para ampliar sua base de público. A empresa Deloitte, por meio de seu programa online DLA (Deloitte Leadership Academy), reuniu o conteúdo das melhores escolas de administração, como Harvard e Stanford.
Por meio de técnicas de gamificação, era possível tornar o treinamento algo recompensador e compulsivo. Assistir a determinados conteúdos ou um quantidade específica de vídeos desbloqueava uma medalha. Como resultado, a empresa teve um aumento de 47% de tráfego.
Métodos de gamificação também são casos de sucesso para processos internos. Isso pode ser visto na Microsoft Dynamics 365, solução utilizada por funcionários para motivação interna de cumprimento de metas e indicadores-chave
Fase 3: gamificação e seu negócio
Aplicar a gamificação a um negócio exige uma implementação cuidadosa. É preciso, antes, saber selecionar quais são os aspectos da empresa que são fortalecidos pela metodologia. Afinal, nem sempre problemas financeiros podem ser resolvidos com o uso de uma solução desse tipo.
Muitas empresas, ao analisarem seus recursos, notam problemas fundamentais e inerentes à estrutura e seus processos. No caso, uma gestão de inovação permite que as ideias e os projetos pensados para a otimização do negócio sejam organizados e bem desenvolvidos.
Isso requer, entretanto, engajamento. No caso, uma plataforma de gestão de inovação que utilize a gamificação, pode, de forma efetiva, trazer o seu time mais próximo do crescimento e dos resultados planejados para a empresa. É necessário, porém, saber identificar as necessidades de seu mercado e saber como mensurar a eficiência de seus esforços.
Você está preparado para entrar no jogo? Gostaria de saber mais sobre métodos de gamificação fazendo a diferença para sua empresa? Continue acompanhando o blog da AEVO e fique por dentro de como a gestão de inovação pode transformar seu ambiente de negócios. Até a próxima!