A criatividade é uma característica ligada diretamente à condição humana. No entanto, isso não significa que a criatividade sempre teve a atenção estratégica para a economia. O conceito de Economia Criativa surge como resultado em tentar medir o valor da produção criativa.
A capacidade de distribuir produtos e serviços a partir do trabalho criativo não é nova. Entretanto, a definição de Economia Criativa foi um importante passo na indústria de consumo. A partir dela, segmentos puderam estabelecer bases para soluções inovadoras em diversos mercados.
No Brasil, a criatividade tem um importante aspecto estratégico. Em momentos de crise, a Indústria Criativa pode ser decisiva para que se inovem com os processos e recursos disponíveis. Nesse cenário, a Economia Criativa torna possível a reflexão sobre os modelos de negócios vigentes. Novos empreendimentos, startups e ideias disruptivas são um reflexo de tudo isso.
A seguir, você saberá mais sobre o que é Economia Criativa e sua importância no cenário moderno. Saiba porque foi importante tornar tangíveis negócios e profissionais que têm na criatividade sua principal contribuição. Você verá:
- A origem da Economia Criativa
- Quais são os setores da Economia Criativa?
- Categorias da Indústria Criativa
- A Economia Criativa no Brasil: criatividade estratégica
A origem da Economia Criativa
Para entender esse conceito, é preciso, primeiramente, conhecer um pouco sobre a história das indústrias. No contexto histórico, a ideia de uma indústria cultural é relativamente recente. Alguns setores da indústria considerados culturais existiram desde sempre, mas não consideravam-se parte desse segmento. Já outros setores só nasceram por conta de novas tecnologias.
O mapeamento das áreas de atividade consideradas partes da Indústria Cultural tem base em um estudo feito pelo governo britânico. Em sua publicação Creative Industries – Mapping Document 1998 , são listados 13 diferentes setores.
Essas atividades têm em comum, conforme o estudo, o potencial de geração de valor por meio da criação de propriedade intelectual. Esse estudo é de grande importância para a valorização e investimentos no que viria a ser a Economia Criativa.
Apesar da ideia de Economia Criativa parecer redundante, a diferenciação de uma Indústria Criativa foi importante para seu nascimento. Afinal, existem setores na indústria nos quais a base não é somente sistemática e analítica. E, mesmo assim, geram um valor econômico tão importante quanto.
Uma crítica feita sobre os estudos na época pairava, justamente, sobre a questão da propriedade intelectual. Inicialmente, não havia uma diferenciação de empresas que legitimamente investiam em criatividade e negócios que só a exploravam. Essa distinção entre uma operação criativa e simplesmente uma operação jurídica de controle de propriedade intelectual surgiria naturalmente com o tempo.
John Howkins, em 2001, contribui com seus estudos no Departamento de Cultura, Mídia e Esportes do Reino Unido. As metodologias que são base da Economia Criativa, conforme ele, estão diretamente ligadas às necessidades do indivíduo.
Muitos países enfrentaram obstáculos para regulamentar incentivos para essa indústria. Onde criatividade se encaixa na estrutura governamental? Indústria? Economia? Cultura? Tudo junto? Além disso, os trabalhos criativos começaram a se misturar com tecnologias digitais. E quando todo esse trabalho criativo gera valor, o movimento de Economia Criativa começa a tomar forma.
Quais são os setores da Economia Criativa?
Com base nas primeiras tentativas de mapear a Indústria Criativa, divisões mais contemporâneas e abrangentes surgiram. Dessa forma, os 13 segmentos criativos podem ser divididos em quatro grandes áreas. São elas:
- Mídias
- Editorial: edição de livros, revistas e conteúdos digitais.
- Audiovisual: conteúdo, distribuição programação e transmissão em geral.
- Consumo
- Design: especialidade gráfica, multimídia e produtos.
- Arquitetura: projeto de edificações, paisagens e ambientes, além do planejamento e conservação.
- Moda: desenho de peças de vestuário e modelistas.
- Publicidade: atividades de publicidade, marketing, pesquisa de mercado e organização de eventos.
- Cultura
- Patrimônio e Artes: serviços culturais, museologia, produção cultural, patrimônios históricos.
- Música: gravação, edição, mixagem de som, criação e interpretação musical.
- Artes Cênicas: atuação, produção e direção de espetáculos teatrais e de dança.
- Expressões Culturais: artesanato, folclore, gastronomia, festivais.
- Tecnologia
- Pesquisa & Desenvolvimento: desenvolvimento experimental em geral, exceto áreas biológicas.
- Biotecnologia: bioengenharia, pesquisas e atividades laboratoriais.
- Tecnologias da Informação e Comunicação: softwares, sistemas, consultoria em TI e robótica.
Categorias da Indústria Criativa
A definição de Indústria Cultural, do Reino Unido, de 1998, foi base para que estudos internacionais fossem realizados. Esses estudos foram desenvolvidos em grande parte pela Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento). Com isso, a Indústria Criativa é formada por três categorias:
- Núcleo da Indústria Criativa: as atividades profissionais e/ou econômicas que têm as ideias como o material principal para gerar valor.
- Atividades: os profissionais e estabelecimentos que fazem o núcleo funcionar. São as indústrias, empresas, fornecedoras e demais parceiros responsáveis.
- Apoio : bens e serviços indiretos.
A Economia Criativa no Brasil: criatividade estratégica
A cadeia que forma a Economia Criativa no Brasil, hoje, tem o desafio de fazer mais com cada vez menos recursos. Desde o ano de 2011, o país sofre uma desaceleração econômica. Em 2014, essa retração torna-se ainda maior. Com isso, a produção diminui e é preciso reorganizar como a economia deve se desenvolver. A Economia Criativa é um elemento importante nesse movimento.
Em relação aos demais setores econômicos, a Economia Criativa vem conquistando seu espaço. Entre 2013 e 2015, períodos de grande retração da economia nacional, a área criativa foi a menos impactada. Enquanto setores viam seu espaço diminuir, a criatividade foi responsável por crescer sua participação no PIB de 2, 56% para 2, 64%. Isso representa R$ 155, 6 bilhões para a economia do país.
De acordo com dados de 2015, a Indústria Criativa brasileira é composta de 239 mil estabelecimentos. Isso demonstra que a participação da Economia Criativa é cada vez maior no cenário nacional. Setores como o de Tecnologia cresceram 2, 4% entre 2013 e 2015. No mercado, profissionais como programadores e gerentes de TI estiveram entre os mais contratados nesse período.
Além da Economia Criativa representar uma participação maior na economia brasileira, nota-se também o crescimento da complexidade e profissionalização no segmento. Isso demonstra que as empresas estão cada vez mais preocupadas em agregar valor a seus serviços.
Conclusão
A Economia Criativa e seu impacto representam novas formas de se enxergar soluções inovadoras. Ter profissionais criativos dentro da empresa, especialmente em cenários de crise como no Brasil, fizeram com que a economia continuasse a crescer. Por isso, é importante identificar colaboradores que tenham esse perfil e empoderá-los dentro das empresas.
Para que a Economia Criativa possa prosperar, é preciso investir cada vez mais em soluções criativas. Por isso, projetos incentivados por programas de ideias podem ser uma alternativa para impulsionar e motivar profissionais que prezam pela criatividade em seus processos.
Agregar valor não é somente um diferencial. Com a Economia Criativa tendo força e sendo incentivada, seus clientes e seus projetos poderão ser estruturados de forma inovadora e sustentável. A criatividade é um insumo crucial para todas as empresas. Portanto, esse é o momento de pensar como participar ativamente e de forma estratégica da Economia Criativa.
Você já conhecia o conceito e o potencial da Economia Criativa? Tem alguma outra informação para compartilhar sobre o tema? Deixe sua mensagem nos comentários!