Voltadas ao aproveitamento racional de seus recursos e o uso de tecnologias para resolver problemas comuns em zonas urbanas, as Cidades Inteligentes estão se espalhando ao redor do mundo e apontando saídas possíveis para os grandes desafios em nossa época.
O que são Cidades Inteligentes?
Por ser relativamente jovem, o conceito de Cidades Inteligentes ainda é definido de várias formas, mas todas elas possuem quatro elementos em comum:
- Otimização de recursos, pautada pelo objetivo de satisfazer o máximo de pessoas com um investimento racional;
- Aplicação de novas tecnologias em áreas com problemas históricos, como energia, mobilidade, segurança e poluição;
- Decisões pautadas por dados;
- Atuação coletiva, com envolvimento de organizações governamentais, entidades privadas, universidades, movimentos sociais e moradores em geral;
Cada lugar terá de enfrentar suas próprias questões, e portanto cada Cidade Inteligente possui uma configuração única. O que unifica todas elas é o uso de soluções inovadoras para reduzir as ineficiências locais.
As iniciativas podem ocorrer nas mais diversas áreas: educação, transporte, saúde, acessibilidade, moradia, emprego, e assim por diante. Elas costumam se apoiar em três pilares:
- Satisfação pública, oferecendo serviços e espaços novos ou melhorados para os cidadão;
- Preservação, reduzindo a poluição, o consumo excessivo e o desperdício;
- Crescimento econômico, através de empregos, infraestrutura, incentivos fiscais, etc.
Classificação das Cidades Inteligentes
Existem dois caminhos para criar Cidades Inteligentes.
O modelo top-down é aquele no qual tudo se constrói do zero: quando o primeiro tijolo é assentado, os gestores sabem exatamente onde ele se encaixa na estrutura geral da cidade.
A Ásia concentra a maior parte das iniciativas top-down, planejando Cidades Inteligentes com infraestrutura, fontes de energia, avenidas, áreas verdes, blocos residenciais e comerciais totalmente mapeados antes da construção.
O outro modelo é chamado de bottom-up , e trabalha com a modificação de cidades já existentes, através da participação popular. Os cidadãos oferecem dados e sugestões capazes de apontar para onde os esforços devem ser direcionados.
Câmeras de trânsito, sensores, redes sociais são ferramentas críticas no modelo bottom-up; além, é claro, de canais onde as pessoas possam debater e contribuir.
Esse é o modelo mais comum, já que permite a modernização das cidades usando sua história e cultura particular como ponto de partida.
O que torna uma cidade inteligente?
O estudo anual Cities in Motion Index, considerado referência na pesquisa sobre Cidades Inteligentes ao redor do mundo, pontua 10 fatores essenciais para medir a “inteligência” de um lugar:
- Governança
- Administração pública
- Planejamento urbano
- Coesão social
- Capital humano
- Tecnologia
- Economia
- Meio ambiente
- Conexões internacionais
Os tópicos listados apontam como a liderança é fundamental no desenvolvimento dessas iniciativas: o local deve ser bem planejado e administrado. A participação coletiva tem importância semelhante; uma cidade inteligente precisa combinar o poder de suas mentes mais criativas e a integração entre diversos setores da sociedade.
Cidades Inteligentes ao redor do mundo
Songdo – Coreia do Sul
Considerada a primeira cidade inteligente do mundo, Songdo é um exemplo do modelo top-down. O investimento do governo coreano e das entidades parceiras foi estimado em US$ 80 bilhões de dólares, garantindo uma execução adequada em todos os processos da cidade.
Trânsito, lixo, energia e até mesmo a criminalidade são monitorados e controlados por ferramentas virtuais, através de computadores instalados nos prédios e ruas. Em 2018, a cidade já possuía mais de 50 mil habitantes.
Copenhague – Dinamarca
Com o objetivo de se tornar a primeira cidade neutra em carbono do mundo até 2025, Copenhague é conhecida hoje como a Capital Verde da Europa, liderando esforços no estabelecimento de uma economia sustentável,
A cidade é considerada um laboratório entre as Cidades Inteligentes, tendo aberto suas portas para que mais de 250 empresas pudessem testar iniciativas diversas.
Moscou – Rússia
A iniciativa de maior destaque na capital russa é um programa capaz de gerir e informar sobre vagas para estacionamento aos motoristas da cidade, conhecida por ter enormes congestionamentos.
Sensores espalhados pelas ruas coletam informações entregues por meio de um aplicativo. Também é possível avisar quando você irá desocupar uma vaga, permitindo que outros motoristas reservem o espaço.
Curitiba – Brasil
A “capital ecológica” do país é famosa pelo seu sistema de transporte urbano, referência para outras cidades do Brasil e do mundo. Uma frota de veículos híbridos foi responsável por cortar as emissões de carbono locais.
O aplicativo Saúde Já garante que os moradores de Curitiba também possam agendar consultas e procedimentos médicos. Uma iniciativa semelhante permite solicitar coleta de entulho e serviços de manutenção nas ruas da cidade.
Amsterdã – Holanda
O programa Amsterdã Cidade Inteligente é uma das iniciativas mais completas no setor, viabilizando projetos nas mais diversas áreas, além de um planejamento eficiente para os recursos municipais.
Ele é dividido em campos como educação, ambiente e energia, cada um com os próprios objetivos, entre os quais estão o incentivo ao consumo colaborativo, estações de abastecimento para carros elétricos e distribuição de energia gerada por fontes renováveis.
Conclusão
Cidades Inteligentes são uma demanda crucial para o futuro dos agrupamentos humanos, e só podem existir com um esforço coletivo, envolvendo governos, empresas, ONGs, universidades e demais setores que possam transformar a realidade local.
A Inovação Aberta é um elemento central nesse modelo, e ferramentas de gestão como o AEVO Innovate permitem que todos os agentes possam desenvolver e administrar projetos em conjunto, onde cada um faz o que sabe de melhor e potencializa o trabalho dos demais.