Effectuation: o que é, diferença para causation e exemplos

Effectuation é uma forma de pensar que auxilia os empreendedores na identificação de oportunidades e criação de novos modelos de negócio. Ele aplica a lógica do efeito, onde se busca o aprendizado prático ao fazer algo novo com o que se tem disponível no momento.

Effectuation (termo originado no inglês, tem como raiz a palavra effect, que significa efeito) é um conceito que diz respeito ao empreendedorismo como senso de propósito.

Ele visa promover um impacto positivo no estado do mundo e na vida das pessoas, por meio da criação de uma empresa, de um serviço ou de um produto.

Um ponto importante sobre o tema, é o fato do conceito se referir ao uso de effectual reasoning, ou seja, a lógica do efeito, para resolução de problemas.

O Effectuation foi desenvolvido a partir de um estudo de ciência cognitiva, se tornando uma filosofia e um método para o empreendedorismo e a inovação, de maneira conjunta.

Entenda melhor sobre o conceito de effectuation, suas características e a importância para a inovação. Siga a leitura.

O que é Effectuation?

Effectuation é uma forma de pensar que auxilia os empreendedores na identificação de oportunidades e criação de novos modelos de negócio. Ele aplica a lógica do efeito, onde se busca o aprendizado prático ao fazer algo novo com o que se tem disponível no momento.

Por exemplo, ao lidar com as falhas e erros do processo de implementação de uma ideia inovadora, o empreendedor aprende com a experiência empírica e elabora um modelo de negócio criativo e flexível, descobrindo na prática o que funciona ou não.

Uma metáfora que ilustra bem o funcionamento do effectuation é a criação de uma receita.

Na lógica causal, uma pessoa buscaria uma receita na internet, compraria os ingredientes e faria um prato; já utilizando o conceito de effectuation, o cozinheiro utilizaria o que já tem em sua geladeira para preparar um prato, assumindo os efeitos possíveis ao longo do processo.

Com esse exemplo podemos pensar nos empreendedores, que inspiraram o estudo do effectuation na ciência cognitiva, muitas vezes, o modelo de negócio se moldará ao longo da experiência prática, dos aprendizados colhidos e da resposta inovadora aos desafios impostos no caminho.

Segundo Saras Sarasvathy, docente na Universidade da Virgínia – EUA (University of Virginia Darden School of Business), cientista cognitiva e criadora do conceito, effectuation é a lógica aplicada pelos empreendedores (ainda que eles não tenham consciência disso).

De acordo com Sarasvathy: “Pessoas que pensam segundo a lógica do efeito são como exploradores, zarpando em viagens em águas não mapeadas “. E isso faz todo o sentido para quem deseja criar novos modelos de negócios, como os fundadores de startups.

A autora afirma que, embora os empreendedores queiram provocar um efeito positivo com sua iniciativa, a lógica do efeito não começa com um objetivo específico.

Ela parte de um determinado conjunto de meios, e permite que os objetivos apareçam ao longo do tempo, de maneira contingencial, a partir das aspirações e da imaginação do empreendedor e das pessoas com quem ele interage.

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Como surgiu o Effectuation?

O termo effectuation foi desenvolvido a partir de um estudo realizado por Saras Sarasvathy. O primeiro documento que o apresenta foi publicado em 2001.

Na pesquisa, Sarasvathy reuniu 27 empreendedores experientes e solicitou que trabalhassem em um conjunto de problemas tipicamente encontrados ao empreender, relatando seus pensamentos em voz alta.

Ao analisar o processo de resolução, Sarasvathy descobriu que 65% dos participantes aplicava lógica do efeito em 75% do tempo.

A visão de Sarasvathy da importância do Effectuation para o empreendedorismo de sucesso ganhou cada vez mais força. Hoje, ela está à frente da Society for Effectual Action, que publica artigos e livros e organiza eventos sobre o tema.

No entanto, é importante dizer que Sarasvathy não inventou a lógica do efeito. Essa metodologia para a resolução de problemas, conforme a pesquisadora relata, é aplicada intuitivamente; e seria possivelmente observada no comportamento dos empreendedores em qualquer época.

O conceito por trás da metodologia Effectuation

A metodologia Effectuation parte dos meios disponíveis. Para determinar quais são esses meios, existem três perguntas básicas:

  • Quem eu sou?
  • O que sei fazer?
  • Quem eu conheço?

Quando respondidas de maneira honesta, essas perguntas revelam os meios que o empreendedor tem ao seu dispôr para superar obstáculos e ajudam a descobrir possíveis objetivos.

Tenha em mente que essas perguntas são relevantes ao longo de toda a trajetória empreendedora, e não apenas no momento inicial.

Os cinco pilares do Effectuation

Para aplicar o Effectuation, há cinco princípios implícitos, são eles:

1. Pássaro na mão

É preciso começar com os meios de que se dispõe, sem esperar a oportunidade perfeita.

O empreendedor deve agir a partir daquilo que tem ao seu alcance. É aí que entram as respostas daquelas perguntas básicas: quem você é, o que você sabe e quem você conhece.

2. Perda acessível

Você deve determinar qual é a perda que está disposto a aceitar. Então, avalie as oportunidades sempre considerando se a perda envolvida (caso dê errado) é aceitável.

Não avalie oportunidades baseado no resultado positivo, porque esse resultado não é garantido.

Aliás, a lógica do efeito parte justamente da noção de que o futuro é fundamentalmente imprevisível.

3. Colcha de retalhos

O empreendedor deve formar parcerias com pessoas e organizações que estejam dispostas a firmar o compromisso de ajudá-lo a construir algo – um produto, um serviço, um negócio, um mercado.

Formar essas parcerias é ainda mais importante do que fazer análises de mercado ou planejamentos estratégicos.

4. Limonada

O princípio da limonada tem a ver com aquele ditado: “quando a vida lhe der limões…” . O empreendedor também recebe sua parte de limões e, por isso, deve saber lidar com contingências.

Isso significa aceitar as surpresas que surgem pelo caminho, permanecendo flexível, em vez de tornar-se excessivamente preso a objetivos específicos.

5. Piloto do avião

Esse princípio é resumido na frase “controlar o controlável”.

Nem tudo pode ser controlado. Por isso, Effectuation envolve focar-se nos aspectos que estão (pelo menos, até um certo ponto) dentro do seu alcance de influência.

Qual a diferença entre causation e effectuation?

Então, qual é a diferença real entre a lógica da causa (Causation) e a lógica do efeito (Effectuation)? Existem algumas distinções essenciais entre elas:

  • Causation:
    • Focada em traçar estratégias para atingir um objetivo específico através do conjunto de meios disponíveis;
    • Considera que, se é possível predizer o futuro, é possível controlá-lo;
    • Está envolvida na maior parte das práticas de gestão.
  • Effectuation:
    • Parte dos meios disponíveis para estabelecer novos objetivos;
    • Considera que, se puder controlar o futuro, não é preciso predizê-lo;
    • Está presente nos casos de empreendedorismo de sucesso.

Não cabe dizer que uma dessas lógicas seja melhor do que a outra. Porém, em contextos de empreendedorismo e inovação, o Effectuation demonstra trazer resultados superiores.

Conclusão

A metodologia Effectuation dá mais liberdade ao empreendedor, pois ele não estará preso a um objetivo que limita sua visão de outras possibilidades. Por isso, é uma metodologia que traz à tona a criatividade e abre portas para a inovação.

Além disso, ela privilegia colocar as mãos na massa, em vez de gastar um tempo excessivo em planejamento.

Afinal, dentro dessa lógica, sabe-se que não importa o quanto você planeje – nunca poderá prever o futuro. Portanto, o Effectuation dá aquela força para tirar as ideias do papel, que é onde a maioria delas fica, sem nunca se transformar em um projeto de verdade.

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Lillian Donato

Formada em Publicidade e Propaganda pela UFES e pós-graduada em BI, Marketing Digital e Data Driven pela PUCRS, Lillian trabalha com marketing há 8 anos, tendo passado por agências de marketing, veículos de comunicação, trabalhando com rádio e televisão, além do setor de tecnologia e software. Ao longo de sua experiência profissional, já trabalhou com design, redação, SEO, mídias pagas, CRO e diversas outras áreas no marketing, tendo como especialidade marketing b2b. Atualmente é coordenadora de marketing na AEVO.

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Lillian Donato

Formada em Publicidade e Propaganda pela UFES e pós-graduada em BI, Marketing Digital e Data Driven pela PUCRS, Lillian trabalha com marketing há 8 anos, tendo passado por agências de marketing, veículos de comunicação, trabalhando com rádio e televisão, além do setor de tecnologia e software. Ao longo de sua experiência profissional, já trabalhou com design, redação, SEO, mídias pagas, CRO e diversas outras áreas no marketing, tendo como especialidade marketing b2b. Atualmente é coordenadora de marketing na AEVO.

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