A evolução do mercado é um dos melhores exemplos de inovação incremental. Não entendeu? Eu explico.
Embora Lamarck tenha perdido a secular disputa pela teoria da evolução mais factível, há algo de substancialmente verdadeiro em seu modo de pensar: o meio realmente pode criar necessidades capazes de induzir mudanças e criar novos hábitos de consumo.
Bom, você já deve ter percebido que eu não estou falando da teoria das espécies (Darwin que me perdoe pela analogia de gosto duvidoso). A verdade é que as empresas competem pela maior fatia do mercado e essa competividade alimenta a constante evolução de produtos, serviços e processos.
Afinal, não adianta apenas inventar algo novo! Para que o valor do produto continue alto, é necessário investir em melhorias e, dentre tantas evoluções, não faltam exemplos de inovação incremental.
Não por acaso, no artigo de hoje eu te apresento exemplos de inovação incremental em produtos, processos e serviços.
Mas o que é a inovação incremental?

Se o teórico Lamarck fosse explicar esse conceito, ele diria que inovar incrementalmente é investir no processo de evolução do seu próprio negócio, realizando pequenas e constantes mudanças em produtos que te proporciona uma continuidade da sua receita recorrente.
No artigo o que é inovação incremental, nós aprendemos algumas características sobre esse tipo de inovação:
- O risco da inovação incremental é baixo;
- O custo para inovar incrementalmente é baixo;
- O valor do negócio cresce gradativamente a cada melhoria;
- O sucesso da estratégia pode e deve ser ampliado à luz de processos colaborativos;
- A não adesão implica na possível defasagem do seu produto frente ao mercado.
Embora possa parecer algo simples, o que é importante costuma estar nos detalhes: para investir em inovação incremental não basta apenas gerar ideias ou sugestões de melhorias. É preciso aplicá-las.
No próximo tópico eu mostrarei como grandes marcas aplicaram mudanças que, muitas vezes, podem parecer imperceptíveis aos olhos dos menos atentos. Por sua vez, são essas evoluções que garantem posições de destaque em seus respectivos market-shares.
Exemplos de inovação incremental
Bic e a sua inovação em produto

Estima-se que 57 canetas Bic Cristal são vendidas por segundo, no mundo inteiro.
Esse produto onipresente é datado de 1945, quando o barão Marcel Bichteve a brilhante ideia de produzir uma caneta com uma mecânica capaz de dispensara necessidade de ser manualmente carregada, deixando as constantes mãos sujas de tinta no passado.
Após obter patente para a principal caneta esferográfica da marca, o processo de produção desta foi melhorado, aumentando a qualidade do produto e reduzindo os preços.
A caneta se consolidou pela simplicidade e segurança, tornando-se um sucesso e alcançando 21 milhões de unidades vendidas em apenas dois anos.
Se você acha que há pouca inovação incremental numa caneta esferográfica datada de 45, você está muito enganado.
Seu design simples não deixa tão evidente uma série de inovações incrementais, que vão desde a abertura de ventilação da tampa até o minúsculo orifício de alívio de pressão, impedindo que o produto exploda quando exposto a altas pressões.
Hoje, a famosa caneta esferográfica está presente em 160 países e a organização possui quase 10 mil funcionários, com um valor de mercado em quase 7 bilhões (setembro/ 2015).
A caneta Bic Cristal ilustra muito bem nossos exemplos de inovação incremental, afinal, podemos esperar dessa esferográfica muitas outras melhorias pelos próximos anos.
Aeris e sua inovação em processo

Fundada em 2010, a Aeris está no ramo da energia sustentável. Essa organização é especialista na fabricação de pás eólicas, suprindo a necessidade desse mercado com muita inovação.
No artigo o que é inovação incremental, nós vimos um exemplo da inovação incremental aplicada a escala de uma indústria, onde podemos obter grandes resultados em redução de custos e não foi diferente para a Aeris.
Quando a organização percebeu seu potencial inovador, ela investiu no Programa de Ideias para tornar a inovação incremental algo contínuo, envolvendo todos os colaboradores da empresa. Alguns meses depois, os resultados apareceram:
- Um ROI (retorno sobre o investimento) de 6.8x;
- Resultado financeiro superior a meio milhão;
- Redução de custo de mais de 900 MIL reais otimizando apenas dois processos;
- Recebeu mais de 1.700 ideias no Programa.
Apesar do exemplo de inovação incremental da Aeris não estar diretamente ligado ao seu produto final, podemos perceber que a organização é capaz de aplicar o conceito dentro de seus processos fabris.
Embora não tenhamos exemplos como estes da Bic e da Amazon, acredito fortemente que essas organizações também aplica uma estratégia aos seus processos de fabricação, distribuição e produção de conteúdo.
Gostou desse exemplo? Se você quer entender como aplicar a inovação incremental em seu processo industrial, acesse o vídeo case da Aeris agora mesmo, clicando aqui.
Applee sua inovação no design

Em meados dos anos 90, a Apple se encontrava num cenário muito diferente do atual. O Macintosh representava o que a Apple fazia de melhor, mas o produto ainda era uma caixa cinzenta pouco atualizada e muito criticada. A empresa estava morrendo por falta de inovação.
Em um golpe de mestre, Steve Jobs retornou à direção e promoveu uma limpeza geral na Apple, eliminando produtos e divisões inteiras da organização. Para marcar esse rito de passagem, o novo produto do negócio deveria ser ousado e ditar as regras do mercado: nascia o iMacG3.
Para desgosto dos nerds de plantão, o novo iMac chegou com as restrições características da marca até hoje: o abandono de tecnologias e hábitos antigos.
O novo computador só poderia ser aberto com chaves de fendas, enquanto os leitores de disquete foram aposentados pela Apple 10 anos antes do restante do mercado. Além disso, o produto se tornou mais ergonômico, incorporando uma alça para transporte do computador – destacando sua portabilidade.
O iMacG3 foi um sucesso de vendas! A Apple se estabeleceu como referência em design centrado no usuário, conquistando uma posição de destaque na usabilidade tanto do hardware quanto do seu sistema operacional, o macOS.
Em quase 20 anos de história, a família dos iMacs já ganhou mais de 10 novos integrantes, que possuem seu design aperfeiçoado ano após ano, mesmo que haja pouca inovação em hardware. Desta forma, a empresa sempre mantém seus produtos atualizados frente ao mercado de consumidores cada vez mais exigente.
O iMac pode ter sido uma inovação radical que salvou a organização, mas foi graças ao comprometimento da marca com a melhoria contínua do seu design (cada vez mais baseado nos princípios básicos da Bauhaus), que o produto se manteve jovem mesmo após 20 anos. Este é um excelente exemplo de inovação incremental.
Conclusão
Nenhum produto, serviço ou processo é perfeito.
A fé da Apple em seu carro-chefe, Macintosh, quase foi responsável pela morte da empresa. Não é que o produto não tivesse um alto valor, mas é que este, por si só, não é responsável por manter sua própria posição de destaque por muito tempo.
O mercado é competitivo e a cada melhoria não realizada pela empresa, significava um passo à frente para os concorrentes, que se preparam para superá-lo. Portanto, torna-se necessário equilibrar os investimentos em inovação, preocupando-se como presente e com o futuro da empresa (ambidestria organizacional).
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