Hubs de inovação: o que são e como fazer parte?

Um hub de inovação é um espaço físico ou virtual onde várias startups e empresas podem estabelecer suas operações. Sendo assim, elas contam com um local para desenvolver atividades, realizar eventos e se conectar com o ecossistema de inovação.

Os hubs de inovação são ambientes (físicos ou virtuais) que recebem e integram agentes de um ecossistema de inovação (startups, grandes empresas, investidores, universidades e agentes governamentais).

Eles podem se instalar para desenvolver suas atividades e ganhar visibilidade diante de parceiros em potencial.

Entenda melhor o conceito de hub de inovação, suas vantagens e exemplos brasileiros. Siga a leitura.

O que é um hub de inovação?

Um hub de inovação é um espaço físico ou virtual onde várias startups e empresas podem estabelecer suas operações. Sendo assim, elas contam com um local para desenvolver atividades, realizar eventos e se conectar com o ecossistema de inovação.

Estes espaços funcionam como vitrines, onde as soluções inovadoras podem ser vistas por grandes empresas e investidores, e até mesmo por outras startups; o que cria um ambiente oportuno para formar parcerias estratégicas.

Em outras palavras, ele é um espaço de construção de pontes e promoção de oportunidades de negócios.

Com o crescimento do modelo de inovação aberta como estratégia corporativa em grandes empresas, os hubs de inovação tem sido favorecidos como ambientes oportunos para conexões e trocas com potenciais parceiros de inovação.

Os dados evidenciam esse cenário, segundo o levantamento do 100 Open Startups, desde 2019, as atividades de Open Innovation entre startups e grandes empresas cresceu mais de 5 vezes, sendo responsável por uma média anual de 75% de envolvimento no Brasil.

Plataformas, consultorias e a própria movimentação dos agentes do ecossistema promovem esse avanço e o interesse na inovação aberta como meio de otimização de esforços, recursos e capital humano.

Além disso, a prática também impacta na transferência de tecnologia, nível de expertise e domínio de processos; também na entrega mais ágil de soluções ao mercado.

E, claro, como resultado das iniciativas de inovação implementadas, as empresas tem se destaco frente seus concorrentes, mantendo negócios sustentáveis.

Como funcionam os hubs de inovação?

Em resumo, os hubs dão certo graças a um ciclo virtuoso de efeito de rede.

Se houver um número relevante de startups no hub, mais empresas e investidores serão atraídos. E, se mais empresas e investidores estiverem engajados com o hub, mais startups vão querer participar.

Porém, apenas o número não é suficiente. É preciso manter um alto padrão de qualidade, o que depende do rigor na seleção das startups e no convite aos parceiros em potencial.

Como é a estrutura de um Hub?

oq-e-um-hub

A estrutura de um hub de inovação não depende necessariamente de um espaço físico.

Uma possibilidade é começar com um formato diferente, como uma “feira de inovação” ou pelos meios digitais, criando redes sólidas de conexão entre empresas. Desta forma, não é necessário ter um espaço físico permanente, reduzindo o investimento inicial.

Além disso, a fase inicial permite que o grupo se consolide e selecione as startups que farão parte do projeto, antes de partir para algo mais fixo.

Outra alternativa para a estrutura de hubs de inovação é adotar um formato escalável, ou seja, capaz de crescer conforme o nível de interesse e o número de participantes aumente.

Vale a pena, lembrar que esses hubs são representações da região onde são constituídos. Portanto, são marcados pelas mesmas características do ecossistema de inovação dessa região – sua cultura e valores, seu estilo, suas pessoas e lideranças.

Vantagens dos hubs de inovação

Conheça algumas das vantagens que os hubs de inovação oferecem a todos os seus participantes. Siga a leitura.

Acesso à estrutura física adequada

Algumas startups, devido aos recursos limitados em seus estágios iniciais, não contam com um espaço com estrutura física adequada para estabelecer suas operações.

Os hubs de inovação oferecem esta estrutura física – o que, inclusive, pode colaborar para que as startups avancem com suas atividades de maneira mais eficiente e produtiva.

Networking entre as startups

O fato de várias startups compartilharem um ambiente comum de trabalho gera uma aproximação e cria oportunidades para networking entre elas.

Assim, pode ser realizada uma troca de experiências, conhecimentos e ideias muito ricas. Além da possibilidade de surgir oportunidades de parceria, combinando as soluções inovadoras de diferentes startups.

Oportunidades para as empresas, startups e investidores

As startups não são as únicas que se beneficiam; as empresas e investidores da região também encontram uma vantagem na criação de hubs. Esses espaços oferecem uma maneira prática de se posicionar no ecossistema de inovação e formar parcerias.

Outro ponto que merece destaque é que, como as startups passam por uma seleção para integrar o hub, também existe um nível maior de confiança nas relações estabelecidas dentro dele.

Promover contato com especialistas e mentores

Os contatos que são estabelecidos por meio do hub de inovação não se limitam a startups, empresas e investidores.

Esse espaço também torna possível que as startups encontrem especialistas e mentores, líderes nas áreas acadêmica e corporativa. Essas pessoas vão ajudá-las a avançar nos aspectos técnicos e estratégicos de seu negócio.

4 Hubs de inovação no Brasil + bônus

InovraBra Habitat

O InovaBra Habitat é um hub de inovação desenvolvido pelo Bradesco. Ele oferece acesso ao ecossistema e apoio para fomentar soluções inovadoras para os desafios de mercado. O modo de operação envolve a participação e engajamento com o ecossistema por meio do ambiente físico e digital.

No InovaBra Habitat, as startups participantes dividem-se em três categorias. As residentes contam com posições fixas ou salas privadas.

As conectadas contam com 4 day pass por mês, ou seja, podem ocupar o espaço físico em quatro dias do mês. As orbitantes não ocupam o espaço físico, mas têm acesso a eventos presenciais e virtuais.

Cubo

cubo - hub de inovação

O Cubo é uma iniciativa criada pelo Itaú em 2015, com o objetivo de conectar as melhores soluções para construir grandes cases de inovação para o mercado. Ele conquistou o selo de mais relevante hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina.

Para que uma startup seja residente ou membro do Cubo, ela precisa oferecer uma solução com potencial de escala que já tenha sido testada por clientes.

As startups residentes são aquelas selecionadas para ocupar o espaço físico do Cubo, que têm a oportunidade de conexão mais direta com grandes empresas, investidores e universidades.

Enquanto isso, os membros são startups que não ocupam o espaço físico, mas usufruem de alguns benefícios por meio da plataforma digital.

Wayra

Hub de inovação do Wayra

A Wayra é um hub de inovação com o propósito de conectar a Telefônica a disruptores digitais em todo o mundo. As startups que entram nesse hub são consideradas parceiros estratégicos para o desenvolvimento dos negócios da empresa.

As melhores startups do portfólio têm acesso a sua rede de 350 milhões de fornecedores e clientes, em 10 países.

As áreas prioritárias de investimento são: entretenimento (jogos e vídeos), inteligência artificial, IoT, Big Data, eHealth, Edtech e Fintech.

As startups participantes recebem investimento de até R$ 1 milhão e oportunidades de desenvolvimento de negócios com a Telefônica/Vivo. Além disso, ficam expostas a uma comunidade de investidores e especialistas e podem participar de expansão internacional entre hubs.

Acate

acate - hub de inovação

A Acate – Associação Catarinense de Tecnologia é considerada a principal representante do empreendedorismo inovador em Santa Catarina. Tem o objetivo de apoiar o ecossistema de inovação local de ponta a ponta, das startups às empresas de grande porte, gerando conexões que fortalecem o setor de tecnologia no estado.

Ela conta com mais de 1.200 associados e tem 13 polos de inovação e tecnologia no estado, além de escritórios em São Paulo e até nos EUA para prestar suporte a empresas catarinenses.

A Acate criou a incubadora MIDITEC, há 20 anos, escolhida como uma das 5 melhores do mundo.

Outra iniciativa é a formação de Verticais de Negócios, que conectam empreendedores em seus respectivos segmentos para fomentar novos projetos e iniciativas. Além disso, também inaugurou o LinkLab, primeiro laboratório aberto de inovação de Santa Catarina.

AEVO Connect

Ecossistema de inovação AEVO Connect

AEVO Connect é um espaço virtual, onde estão apresentados os desafios de inovação aberta de toda a Comunidade Open Innovation da AEVO.

As startups poderão se inscrever ativamente nos desafios, compreender um pouco mais sobre os hubs e ecossistemas de inovação que participam do espaço virtual e se cadastrar na vitrine de startups, possibilitando a participação em rodadas de scouting e convites direcionados pelas organizações.

E o que é um Lab de inovação?

Um laboratório, ou lab, de inovação é um espaço de colaboração e criação, projetado para oferecer as condições mais favoráveis para a inovação dentro de uma empresa. Nos labs de inovação, podem ser desenvolvidos novos produtos e serviços ou reformulados processos.

Características

Existem algumas características fundamentais para que um lab de inovação possa cumprir seu propósito.

Em primeiro lugar, o espaço deve ser adequado, em termos de tamanho e localização. É importante que ele seja capaz de receber todas as pessoas que vão fazer parte das atividades de inovação.

Se a empresa tem uma cultura em que a inovação permeia todas as atividades, esse pode ser um número bem grande de pessoas.

Em segundo lugar, o ambiente deve trazer estímulos à criatividade. As cores, a mobília, a decoração e, claro, as condições de iluminação e ventilação precisam ser agradáveis, para que as pessoas se sintam à vontade e possam mergulhar no processo de criação.

Em terceiro lugar, deve haver características que favoreçam a colaboratividade, como quadros de anotações e paredes abertas.

No entanto, mais importante do que o ambiente físico em si, é a construção de uma cultura inovadora. É essa cultura que vai inspirar e orientar todos os participantes do lab.

Além disso, um verdadeiro laboratório de inovação precisa ter um foco em suas atividades de pesquisa e desenvolvimento. Por isso, é necessário questionar quais problemas a empresa espera resolver em seus negócios, o que indicará quais tipos de soluções (em produtos, serviços ou processos) devem ser priorizadas.

Benefícios

Existem diversas vantagens que justificam a criação de um lab de inovação dentro da empresa. A primeira delas é a possibilidade de desenvolver soluções com o envolvimento direto de vários setores da empresa.

Outro aspecto positivo é a possibilidade de criar soluções completamente personalizadas, respondendo diretamente às necessidades e às características específicas da empresa.

Além disso, também há um aumento de valor para a marca.

Ao criar um lab, a empresa passa a ser vista como mais inovadora, garantindo um diferencial no mercado, frente a clientes, fornecedores, investidores e parceiros em geral.

Qual a diferença entre LAB e HUB de inovação?

labs-e-hubs

Com um lab de inovação, a empresa cria um espaço interno de inovação, no qual sua própria equipe pode trabalhar. Enquanto isso, o hub de inovação incentiva a formação de parcerias entre empresas e startups. Ou seja, em resumo, um deles tem um foco mais interno, enquanto o outro tem foco externo.

Isso não significa que seja necessário escolher entre um e outro. Uma empresa pode ter um lab de inovação para sua equipe e, ao mesmo tempo, participar de hubs onde estabelece contato com startups.

Por que investir em LABs e Hubs de inovação?

Os labs e hubs de inovação são ambientes facilitadores , isto é, propícios para a criação de oportunidades. Por isso, o investimento para a criação desses ambientes é um caminho para que as empresas possam alcançar melhores resultados em inovação e, consequentemente, obter vantagens competitivas no mercado.

Conclusão

Os hubs de inovação no Brasil oferecem às empresas uma forma mais eficiente de se inserir no ecossistema de inovação e se cercar de startups.

Assim, abrem-se novas portas para trabalhar colaborativamente no desenvolvimento de soluções para seus principais desafios. Associar-se a um hub, ou até mesmo formar um, pode abrir portas para parcerias estratégicas valiosas.

Luís Felipe Carvalho

Luís Felipe Carvalho é um dos fundadores e, atualmente, CEO da AEVO; está há mais de 16 anos à frente de iniciativas para alavancar a inovação de empresas do Brasil e do mundo. Ao longo de sua trajetória, acumula experiências em gestão e implantação de projetos de inovação, buscando formas de gerar resultados para corporações também por meio do incentivo ao intraempreendedorismo. Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Espírito Santo, cursou MBA em Gestão Empresarial e possui certificação PMP (Project Management Professional) concedida pelo Project Management Institute. Foi analista de projetos e liderou programas inovadores em grandes companhias de segmentos como engenharia e siderurgia. Integrou ainda o corpo docente da FUCAPE Business School, ministrando disciplinas de Project Management Office (PMO), Portfólio e Maturidade em Projetos e Gerenciamento de Riscos.

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Luís Felipe Carvalho

Luís Felipe Carvalho é um dos fundadores e, atualmente, CEO da AEVO; está há mais de 16 anos à frente de iniciativas para alavancar a inovação de empresas do Brasil e do mundo. Ao longo de sua trajetória, acumula experiências em gestão e implantação de projetos de inovação, buscando formas de gerar resultados para corporações também por meio do incentivo ao intraempreendedorismo. Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Espírito Santo, cursou MBA em Gestão Empresarial e possui certificação PMP (Project Management Professional) concedida pelo Project Management Institute. Foi analista de projetos e liderou programas inovadores em grandes companhias de segmentos como engenharia e siderurgia. Integrou ainda o corpo docente da FUCAPE Business School, ministrando disciplinas de Project Management Office (PMO), Portfólio e Maturidade em Projetos e Gerenciamento de Riscos.

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