As empresas que possuem esforços para se destacar no mercado, e permanecer perenes, sabem que a inovação não é algo que acontece por acaso e que existem sistemas para fomentar as boas ideias.
Esse movimento faz as ideias se aproximarem de conceitos como ideação, melhoria contínua e Design Thinking, mas as diferenças e relações entre esses termos nem sempre ficam claras.
Quando o assunto é a geração de ideias, ter em “mãos” as ferramentas corretas é a forma de garantir bons resultados e aumentar o engajamento da equipe.
A ideação potencializa esse cenário. Ideação é uma das etapas fundamentais do Design Thinking, um processo estruturado que fomenta a inovação.
Entenda, em detalhes, o conceito de ideação, como fazer de maneira assertiva, seus objetivos e as etapas. Siga a leitura.
O que é um processo de Ideação?
Ideação é a segunda etapa do Design Thinking, que corresponde ao momento onde os profissionais de uma equipe desenvolvem propostas iniciais para solucionar um desafio ou problema. Assim, surgem ideias e iniciativas inovadoras.
A partir desse processo é possível promover a melhoria de um produto ou o aumento da produtividade, por exemplo.
Ao contrário do que o nome pode sugerir, fazer uma ideação vai além de esperar que a criatividade dos participantes traga uma ideia perfeita.
Existem métodos e ferramentas para que essa atividade chegue aos resultados esperados, combinando gestão e inovação para ajudar a empresa.
A ideação é adotada como parte de um sistema maior, o Design Thinking. Ele cria uma estrutura para que as ideias deixem de ser fruto da inspiração e se tornem uma presença constante dentro de uma organização.
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Etapas do design thinking
O Design Thinking é uma abordagem voltada para a construção de soluções, partindo de um entendimento profundo sobre os problemas de um cliente – que podem ser o consumidor de fato, uma equipe da organização, uma empresa parceira e assim por diante.
O Design Thinking está baseado no chamado pensamento abdutivo. Isto é, na busca pela formulação de questionamentos por meio da apreensão e compreensão de fenômenos e comportamentos.
Esse modelo visa criar um alicerce estável, sobre o qual a geração de boas ideias pode se tornar algo cotidiano. Ele começa por um mergulho no desafio, para entendê-lo por dentro.
Assim, em sua aplicação, são feitas perguntas que devem ser respondidas a partir de informações reais coletadas durante a observação do que se relaciona com o problema a ser resolvido.
Isso faz com que a solução criada não seja derivada do problema, mas sim que ela se encaixe organicamente nele, desafiando padrões, desfazendo conjecturas e transformando-as em oportunidades para gerar inovação.
De acordo com o livro “A Magia do Design Thinking”, dos autores Jeanne Liedtka & Tim Ogilvie, você deve responder 4 perguntas para realizar um processo de Design Thinking. São elas:
- Imersão (o que é?);
- Ideação (e se?);
- Prototipação (o que surpreende?);
- Desenvolvimento (o que funciona?).
1 – Imersão (o que é?)
Inovação exige observar a realidade do cliente final (seja ele interno ou externo). Para poder identificar uma oportunidade de inovação, é preciso entender a rotina e as necessidades reais de seu público.
Ferramentas que permitam que sua empresa mapeie a jornada de seu cliente durante sua jornada de compra serão importantes para o processo de Design Thinking.
Além do processo de vendas, é preciso estar atento ao conceito do “job to be done”, ou “trabalho a ser realizado”, em tradução livre.
Isto é, o maior motivo por trás da justificativa, ou necessidade, do cliente pelo produto ou serviço de sua empresa.
Lembre-se: para descobrir as oportunidades para a inovação futura, é preciso identificar quais são as insatisfações do presente.
As seguintes ferramentas podem ser utilizadas nesta etapa:
- #1. Mapeamento da jornada: é a avaliação e representação da experiência do cliente ao interagir com um produto ou serviço. O mapeamento da jornada pressupõe que o avaliador vivencie a interação sob ponto de vista da pessoa do cliente e, por si só, já ajuda a manter um foco mais humanizado;
- #2. Análise da cadeia de valor: análise da cadeia de valor do cliente, contemplando a interação com os parceiros para produzir, vender e distribuir as suas ofertas. É especialmente útil para que o novo produto ou negócio crie valor para o cliente e seus parceiros;
- #3. Mapeamento mental: neste caso, não estamos falando de mapas mentais. A ideia é organizar os dados coletados nas ferramentas anteriores de exploração e buscar entender os padrões e insights que aparecem e irão proporcionar o embasamento para a fase de geração de ideias ou ideação.
2 – Ideação (e se?)
Quais são as hipóteses pensadas por seus funcionários e gestores?
Com base na realidade observada no problema ou na oportunidade, é o momento de responder as perguntas do tipo “e se?”, realizando um processo de brainstorming e lançando as ideias e hipóteses do que pode ser feito para gerar valor para o cliente.
Nesta etapa, utilizam-se as seguintes ferramentas:
- #1. Brainstorming: sessão coletiva de geração e compartilhamento de ideias de oportunidades para novas possibilidades e hipóteses a serem testadas e aperfeiçoadas;
- #2. Desenvolvimento de conceitos: a formação de conceitos envolve selecionar e detalhar as melhores ideias e avaliá-las usando critérios do cliente ou da empresa.
Nesse momento, pode-se utilizar uma solução em gestão de ideias para estruturar o processo de aprovação e priorização, como o software AEVO.
3 – Prototipação (o que surpreende?)
Após perguntar e resolver as hipóteses ao perguntar “e se?”, agora é hora de identificar quais são as ameaças às ideias geradas.
Nesse momento, a metodologia do Design Thinking incentiva a prototipagem para que seja possível colocar-se no lugar do cliente. Nessa etapa, visa-se o aprendizado sem a necessidade de investir muito.
Podem-se utilizar as seguintes ferramentas:
- #1. Teste de premissas: esta ferramenta contempla a identificação das premissas básicas que sustentam a atratividade do conceito do novo negócio ou produto. Ou seja, quais foram as principais suposições consideradas verdadeiras para a ideia selecionada. Uma vez definidas, deve-se focar em testar se essas premissas são de fato verdadeiras. O objetivo é encontrar, com o máximo de velocidade e o mínimo de investimento, os aspectos que podem levar a empresa a descobrir o sucesso ou fracasso de um conceito;
- #2. Prototipagem acelerada: com essa ferramenta, concretizamos um conceito mais aprimorado para que possa ser explorado e testado. Enquanto o teste de premissas é feito geralmente por experimentos mentais, o protótipo já cria um modelo real, mesmo que ainda de forma rudimentar e inacabado na aparência.
O ideal é que a prototipagem seja realizada em atividades rápidas e iterativas, permitindo rápidos aprendizados sobre modelos testáveis na prática.
4 – Desenvolvimento (o que funciona?)
É o momento de desenvolver o protótipo mais adequado ao mercado e lançá-lo quando ele puder ser considerado um produto funcional, com o mínimo das funcionalidades pretendidas (ou MVP – Minimum Viable Product).
A partir do feedback dos clientes e do mercado, itera-se no produto para que ele possa ser lançado de forma aprimorada e mais ágil no mercado.
A vantagem dessa iteração e rápida otimização dos pontos fracos do produto ideal é a de permitir a promoção de produtos melhores, pois já se trata de um processo de aprimoramento constante.
As seguintes ferramentas são úteis nesta etapa:
- #1. Cocriação com o cliente: o objetivo aqui é envolver um ou mais clientes em potencial no desenvolvimento do novo produto ou serviço, colocando-os, por exemplo, em contato com alguns protótipos para observar as suas reações.
Buscando um produto adequado às necessidades dos clientes, eles se tornam parte importante no aspecto criativo da melhor solução possível, acompanhando sua evolução e funcionalidades; - #2. Lançamento de aprendizagem: é o lançamento de uma versão do produto que permita que os clientes vivenciem a nova solução enquanto a empresa pode confirmar se as premissas chave, com base nos dados de feedback do cliente e do mercado foram cumpridas. Nesta fase, os clientes já devem arriscar alguma quantia no jogo e, portanto, os riscos são maiores.
Como estruturar um processo de ideação
Uma ideação bem-sucedida precisa estar ligada às outras etapas do Design Thinking, como vimos. Quanto mais dados sobre o desafio, obtidos a partir de olhares diferentes, mais eficiente será a geração de ideias.
As pessoas que irão contribuir para a ideação podem receber um briefing com essas informações, iniciando seus processos de brainstorming, que podem começar de modo individual e caminhar para sessões coletivas.
Aqui, é importante reforçar a mentalidade de que nenhuma ideia é ruim, a princípio.
Muitos colaboradores podem ter propostas incompletas, que avançam um passo, mas têm seus próprios desafios e acreditam que não devem compartilhar essa ideia.
Quando elas são expostas, no entanto, outros participantes podem ver a solução para dar mais um passo e fazer o projeto se desenvolver.
É importante que todos os insights sejam capturados, pois o objetivo da ideação não é obter uma única ideia perfeita que descarte todas as outras – ele pode ter como resultado um punhado de iniciativas, que dependem umas das outras para conquistar o resultado desejado.
Manter o controle sobre essa etapa é um desafio à parte, afinal cada membro da equipe pode criar algumas propostas, e terá de interagir com as sugestões de todos os outros membros.
Considere uma plataforma como o AEVO para gerenciar um programa de ideias e garantir que nenhuma ideia seja perdida ao longo do processo.
Além de ser uma forma estruturada e gerenciável, evolui o processo de ideação e Design Thinking, levando-o à iniciativas inovadoras concretas e que realmente entregam valor para o negócio e solucionam uma dor (seja em redução de custos, inovação de processo, inovação em produto ou incremental).
Os responsáveis pelo projeto devem aplicar um método de seleção, para filtrar as ideias de modo objetivo.
Tome o cuidado de arquivar as propostas descartadas nesse momento, pois elas podem se mostrar viáveis em situações futuras.
Após a implementação, também precisamos nos atentar ao acompanhamento dos resultados, para ajustar os desvios e expandir os projetos que estão cumprindo ou superando as expectativas iniciais.
Ideação em um programa de ideias
O Programa de Ideias é uma ferramenta ideal para organizações que desejam acelerar o seu processo de inovação, e pode ser um grande aliado da ideação.
A proposta dele é manter um fluxo constante de ideias sendo produzidas e gerenciadas na empresa para solucionar desafios e problemas, além de explorar oportunidades de melhoria e criação de soluções para as mais diversas áreas de uma organização.
Dentro de um Programa de Ideias, a pesquisa que sustenta a ideação, a construção de propostas e a sua implementação na prática estão sempre em movimento.
Os colaboradores podem identificar problemas e sugerir respostas, discutir e aperfeiçoar as iniciativas, além de conduzir os projetos para gerar resultados.
Se você planeja atuar de forma séria com a ideação, manter esse sistema é uma tarefa crucial. Pense no Programa de Ideias como a possibilidade de transformar a ideação em um processo, e colher os seus benefícios em múltiplas oportunidades.
Conclusão
A ideação e o Design Thinking oferecem direções valiosas para empresas que desejam inovar, criando um ambiente no qual a inspiração se torna um adicional, e não um critério para que as melhorias ocorram.
Você pode combinar criatividade, inovação, gestão e estratégia por meio de um Programa de Ideias, que é facilitado por ferramentas como o AEVO – software que permite que toda a sua empresa participe das iniciativas de inovação, da implantação a mensuração de resultados.
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