O que é inovação incremental: conceito, quanto e quando investir

Descubra o que é inovação incremental, quando investir na estratégia e quanto de recursos alocar para tirar maior proveito desse tipo de inovação.

O termo inovação incremental ganhou força em 1939, marcando presença no livro “Business Cycle” de Joseph Schumpeter, onde foi caracterizado como um tipo de inovação 

O conceito é muito similar a filosofia japonesa de melhoria contínua, conhecida como Kaizen, que prevê um método para executar a estratégia de forma sistêmica, envolvendo todos os colaboradores da organização.  

Hoje, a inovação de forma incremental é amplamente conhecida e tem ganhado relevância à luz de processos inovadores com alto grau de colaboração, como o de Programa de Ideias. 

que é inovação incremental? 

A inovação incremental é uma série de pequenas melhorias em produtos, processos e serviços existentes em uma empresa. Quando esse tipo de inovação é realizado alinhado a um processo inovador, como o de Programa de Ideias, podemos alcançar resultados ainda mais significativos. 

O motivo é claro: podemos envolver toda a organização na idealização de sugestões de melhoria que gerem valor para o nosso negócio. Deste modo, obtemos a visão de colaboradores geralmente esquecidos nas reuniões de brainstorming: os colaboradores de linha de frente. 

Esses colaboradores são muitas vezes subestimados, mas são eles que estão à frente de produtos, processos e serviços da empresa todos os dias e, portanto, entendem melhor do que ninguém como melhorá-los.

A inovação incremental pode ser subestimada pelos resultados com menor impacto (se comparada a outros tipos de inovação), porém ela ganha força quando observada à luz da escala, incorporando-se ao mindset e a rotina das organizações. 

Aqui vai um exemplo: 

Imagine que o seu time implantou apenas uma sugestão de melhoria, poupando 10 minutos da execução individual diária de um processo realizado por 100 colaboradores dentro de uma fábrica. 

Se nós considerarmos que a jornada semanal desses funcionários é igual para todos (40 horas por semana, 8 horas por dia), ao longo de 10 semanas teríamos aproximadamente 50 mil minutos poupados. 

Quer melhor exemplo do que é a inovação incremental? Confira essa aplicação ao cenário industrial.
Exemplo da inovação incremental dentro de um processo industrial.

Agora, considere que o seu processo é executado por 1.000 colaboradores! Os 50 mil minutos poupados seriam alcançados logo no primeiro dia, enquanto o resultado de 10 semanas seria aproximadamente 500 mil minutos reduzidos. 

E se formos um pouco além, considerando R$ 500,00 a remuneração média semanal de todos esses colaboradores, nós poderíamos transformar o tempo reduzido em dinheiro poupado!

Dessa forma, ao longo de 10 semanas, 100 colaboradores poupariam R$10.500,00, enquanto 1.000 colaboradores poupariam aproximadamente R$105.000,00 

Independente da escala, podemos perceber que a inovação incremental tem um alto potencial de redução de custos – tenho certeza de que isso foi perceptível para você nos dois exemplos que demos acima.  

Porém o mais importante é entender que quanto maior a escala do seu time, inovar de forma incremental se torna mais obrigatório. Do contrário, seria como desperdiçar recursos conscientemente. 

Quando eu devo investir na inovação incremental? 

O que é inovação incremental: descubra quando começar a investir na estratégia

Para entender quando investir, é preciso conhecer em que momento a seu negócio ou seu produto se encontra.  

Sempre que nós lançamos um novo produto ou serviço, existem muitas hipóteses e perguntas sem respostas. Esse alto grau de incerteza sugere que você precisa validar seu produto frente à um mercado ou grupo de consumidores. Neste caso, o seu produto ainda é uma aposta (como pode ser observado na imagem acima), ou seja, um investimento com resultado futuro.   

Desse modo, a inovação incremental é pouco vantajosa, uma vez que a sua prioridade é entender se o seu projeto é um abacaxi, ou seja, um produto que não deu certo e, neste caso, o melhor é matá-lo.

Leia também: Horizontes de inovação: o que são e quanto investir em cada um? 

Agora, quando o produto é validado e está em um mercado em alto crescimento, ele é incorporado ao seu Core Business e torna-se sua vaca leiteira! Aqui, você já terá respostas para grande parte das perguntas, obtendo um time muito experiente e com bastante conhecimento sobre o produto. 

Porém, quando uma aposta se torna sua vaca leiteira (Core Business), muita coisa está em jogo! Em primeiro lugar, você precisa garantir que o seu carro-chefe não seja defasado pelo mercado, já que este encontrará formas de concorrer, seja por vantagem competitiva, inovação tecnológica ou proposta de valor. 

É aí que entra a inovação incremental. Essa, por sua vez, garantirá a incorporação de ideias que geram valor, garantindo que o seu Core Business seja continuamente melhorado por aqueles que estão todos os dias lidando frente a frente com os seus produtos, processos e serviços. 

Quanto do investimento deve ser direcionado à inovação incremental? 

O que é inovação incremental: descubra quanto investir nessa estratégia.

Para entender como priorizar os investimentos em inovação, a Mckinsey & Company criou o framework 3 Horizontes de Inovação, dando-nos uma ampla de visão de alocação de recursos por conhecimento do nosso negócio. 

Observando a imagem acima, podemos perceber que o investimento em inovação pode ser priorizado de acordo com o nível de conhecimento obtido por negócios: 

  1. Horizonte 1: Core Business (o que eu sei fazer de melhor) ;
  2. Horizonte 2: Novos negócios emergentes (extensão direta do que eu sei fazer de melhor);
  3. Horizonte 3: Experimentação (apenas hipóteses).

Nós já percebemos que a inovação incremental faz mais sentido quando executada frente ao meu Core Business (minha vaca leiteira), ou seja, aquilo que eu possuo histórico, tenho conhecimento e já validei frente ao mercado. 

Mas quanto eu devo investir no meu Core Business? 

Quanto o Google investe em inovação incremental
A Google investe 70% de recursos em inovações no seu Core Business.

Em meados de 2005, o presidente da Alphabet Inc. (holding dona da Google), nos contou sobre a estratégia de inovação da organização: 

Gastamos 70% do nosso tempo em pesquisas e anúncios principais. Gastamos 20% em empresas adjacentes: Google Notícias, Google Earth e Google Local. E então 10% do nosso tempo deve ser dedicado a coisas verdadeiramente novas.” 

– Eric Schmidt, 2005 

O exemplo de alocação de recursos do presidente da Alphabet Inc. ilustra muito bem como a organização estrutura seu portfólio de investimentos.

Se a Google investe 70% do seu tempo e dinheiro no seu Core Business (pesquisas e anúncios principais), por que você não faria isso? 

Conclusão 

A inovação incremental é uma estratégia que visa melhorar continuamente o carro-chefe da sua organização. A não adesão desse tipo de inovação implica também a possível defasagem do seu produto pelo mercado, que buscará formas de superá-lo a todo momento. 

Quando trazemos os colaboradores de linha de frente para o centro da estratégia, ganhamos muita assertividade, uma vez que 80% do potencial de melhoria de uma organização está nesses colaboradores.

Logo, o conhecimento deles com o seu produto à luz da escala pode ser muito benéfico, multiplicando seus resultados com redução de custos e pagando o investimento num tempo recorde. 

Para tornar a inovação incremental algo contínuo, podemos apostar em um processo inovador, como o de Programa de Ideias – envolvendo todos os colaboradores da organização. 

Agora, se você gostou desse conteúdo e quer entender quais são os passos para implantar um Programa de Ideias com a AEVO e aplicar a inovação incremental na sua organização, clique neste link. 

Lillian Donato

Formada em Publicidade e Propaganda pela UFES e pós-graduada em BI, Marketing Digital e Data Driven pela PUCRS, Lillian trabalha com marketing há 8 anos, tendo passado por agências de marketing, veículos de comunicação, trabalhando com rádio e televisão, além do setor de tecnologia e software. Ao longo de sua experiência profissional, já trabalhou com design, redação, SEO, mídias pagas, CRO e diversas outras áreas no marketing, tendo como especialidade marketing b2b. Atualmente é coordenadora de marketing na AEVO.

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