Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é o processo dedicado a criar algo novo ou buscar o aperfeiçoamento contínuo do que já existe em uma empresa. P&D é considerada uma ação que fomenta a inovação nas empresas.
De maneira isolada, a pesquisa pode ser definida como qualquer esforço de uma organização para obter informações relevantes, enquanto o desenvolvimento é a utilização de recursos para criar algo novo e ampliar os seus resultados.
Conforme a inovação evoluiu de um diferencial competitivo para uma ferramenta necessária ao crescimento da empresa, para contribuir de maneira concreta, muitas vezes, gestores buscam criar o setor de Pesquisa e Desenvolvimento em suas operações.
Organizações de vários tamanhos têm o potencial de utilizar a P&D para impulsionar seus negócios e, nesse artigo, você pode conferir os benefícios e fundamentos para implementar um setor de Pesquisa e Desenvolvimento em sua empresa. Siga a leitura.
O que é pesquisa e desenvolvimento?
Para responder a essa pergunta, é importante avaliar cada elemento separadamente.
Enquanto a pesquisa pode ser definida como qualquer esforço da companhia para obter informações relevantes, o desenvolvimento é a utilização de recursos para criar algo novo e ampliar os seus resultados.
Quando juntamos os dois, Pesquisa e Desenvolvimento funcionam como um ciclo de aperfeiçoamento, seja de maneira contínua ou transformacional.
De um lado, entram conhecimentos úteis. Do outro, saem propostas inovadoras. Fechando o ciclo, a pesquisa é utilizada para mensurar os resultados do desenvolvimento, que pode, então, propor novos ajustes.
Empresas que mais investem em P&D
O tamanho do setor de P&D varia conforme a organização.
Gigantes da tecnologia como Google e Apple, onde a inovação é um pilar central do negócio, empregam milhares de profissionais na área.
Suas estruturas possuem Campi com laboratórios, salas de reuniões e espaços de testes dedicados à Pesquisa e Desenvolvimento.
De acordo com dados de 2020, a empresa que mais investe em Pesquisa e Desenvolvimento é a Amazon, chegando a dedicar 42,7 bilhões de dólares ao setor em apenas um ano.
O segundo lugar é da a Alphabet, holding proprietária da Google, com 27,6 bilhões, seguida pela Huawei, com 22 bilhões de dólares investidos.
Em escalas menores, é possível começar dedicando um colaborador à P&D. Ele deve ter circulação livre entre os demais setores – afinal, obter informações é uma das razões para sua existência.
Também é interessante que o profissional ou setor de Pesquisa e Desenvolvimento tenha certa autonomia para realizar experimentos.
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O que faz o setor de pesquisa e desenvolvimento?
O setor de P&D costuma atuar como um hub, conectando-se às diversas partes da organização.
Um profissional ou time de Pesquisa e Desenvolvimento pode dialogar com o Atendimento, buscando conhecer a opinião dos clientes, o Administrativo, apresentando ideias para novos produtos, o RH, informando-se sobre as críticas e sugestões dos colaboradores, e assim por diante.
Suas principais funções costumam ser:
Pesquisa de marketing
Reconhecer os comportamentos e opiniões dos consumidores é uma das bases para o bom funcionamento da P&D.
A pesquisa de marketing permite traçar personas, que são uma representação fictícia do cliente ideal, bem definidas e apontar o que o mercado gostaria de ver nas próximas versões dos seus produtos, por exemplo.
Pesquisas internas
Ouvir a opinião dos colaboradores nas mais diversas áreas é fundamental para a inovação, e o setor de Pesquisa e Desenvolvimento deve estar atento à essa necessidade. O trabalho pode ser feito com ciclos de entrevistas, formulários ou plataformas de inovação.
Desenvolver produtos e melhorias
Os dados obtidos nas pesquisas devem conduzir ao desenvolvimento de novas soluções para o mercado.
Isso pode ser feito através de um produto inovador, como o aplicativo da Uber, ou de uma melhoria, como o pagamento antecipado com a função Uber Cash.
Desenvolver soluções internas
Você verá, logo mais, que Pesquisa e Desenvolvimento oferecem soluções para 4 áreas. Enquanto algumas são voltadas ao mercado, outras se direcionam para o interior da empresa, como a reorganização de uma fábrica para ter mais eficiência produtiva, por exemplo.
Os 4 tipos de P&D
O setor de Pesquisa e Desenvolvimento pode inovar em quatro áreas: produtos, processos, marketing e organizacional.
A inovação em produtos é a mais simples, e já falamos um pouco sobre ela. Basicamente, deve criar novas mercadorias e serviços, ou aperfeiçoar os que já existem, para entregar ao mercado soluções cada vez melhores.
No campo dos processos, Pesquisa e Desenvolvimento podem criar ou investir em novas máquinas, adotar mudanças na distribuição, implementar um novo layout de produção, e assim por diante.
Em resumo, estamos falando de fazer as coisas com mais eficiência, e/ou economia, sem mudar as características do produto.
Já a inovação em marketing não está ligada apenas ao desenvolvimento de campanhas para divulgar os produtos.
Um exemplo é o reposicionamento das Casas Bahia, que adotou uma nova identidade visual para se aproximar do público jovem, criando um mascote virtual adolescente.
Por fim, a inovação organizacional procura modificar as práticas internas da empresa. Isso pode ser feito de várias formas: promovendo a autonomia dos colaboradores, implementando um programa de treinamentos, adotando novas metodologias de trabalho, e assim por diante.
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Importância e benefícios da pesquisa e desenvolvimento
Juntas, as dez maiores investidoras em P&D no mundo aplicaram quase 200 bilhões de dólares no setor, em apenas um ano. Um investimento tão alto deve ser justificado por uma lista de benefícios, que você também pode obter na sua organização.
Competitividade
Os tempos mudam, e as necessidades dos mercados, e das pessoas, evoluem com eles. Um carro líder de vendas em 2019 pode não ter as mesmas chances em 2023, e isso vale para qualquer produto.
A P&D trata mudanças capazes não só de acompanhar, como de antecipar os desejos dos consumidores.
Formação e captação de talentos
Investir em Pesquisa e Desenvolvimento desenvolverá as habilidades dos colaboradores. Isso vale para os envolvidos em P&D e para todos que tiverem contato com as novidades.
Essa formação gera uma vantagem de longo prazo – quanto mais capacitados, mais inovadores serão os profissionais.
Além disso, empresas que estão sempre buscando novos horizontes possuem um diferencial na hora de captar talentos, já que grande parte dos profissionais recém-formados busca uma vaga em organizações onde possa fazer a diferença.
Redução de custos e ganhos de eficiência
Através da P&D, uma empresa pode desenvolver novas máquinas e processos que aumentam a eficiência produtiva, ou adotar metodologias capazes de reduzir custos na fabricação, aumentando a lucratividade sem investir em campanhas publicitárias.
Por que investir em P&D?
Uma boa estrutura de Pesquisa e Desenvolvimento traz vários benefícios para a organização, que pode não só recuperar como multiplicar o valor investido na área.
Expansão e melhora do portfólio
Vamos analisar o exemplo da Volkswagen, uma empresa com mais de 80 anos no mercado e que investe entre U$10 e U$15 bilhões no setor de P&D, anualmente.
Ao longo de sua história, a montadora foi responsável por sucessos absolutos como a Kombi, o Polo e o Golf. Estes últimos estão no mercado desde os anos 1970, com dezenas de novas versões.
Aperfeiçoamento dos processos produtivos
R$ 700 mil de economia por ano, foi o resultado obtido pela Aeris com uma adaptação em uma máquina.
Um setor de P&D bem estruturado poderá identificar e solucionar pontos falhos na linha de produção, permitindo retornos como redução nos custos e aumento da produtividade.
Novos oportunidades de negócios
O empreendedorismo é uma realidade constante, e startups estão surgindo com propostas inovadoras nos mais diversos segmentos. Um setor de P&D bem estruturado permite aproximar esses negócios, e até mesmo incorporá-los à sua empresa.
Um exemplo disso é a Google, que comprou o Youtube, a Waze e o Android, esse último por apenas U$ 50 milhões, e dominou os mercados de vídeos online, mapeamento e sistemas para smartphones.
Como estruturar uma área de P&D?
O processo básico para ter uma área de P&D bem organizada, e transformar a inovação em um pilar da empresa, é composto por 4 etapas. Elas servem como uma referência, que você pode adequar às peculiaridades da sua organização.
1 – Definição de objetivos
Quem trabalha com ciência até pode inovar apenas por curiosidade, mas, para sobreviver e prosperar nos mercados competitivos atuais, uma empresa deve seguir um direcionamento claro.
Existem diversos objetivos possíveis com a inovação: desenvolver novos produtos, aumentar o valor percebido no portfólio atual, reduzir custos de fabricação, transformar o branding da marca, e assim por diante.
Muitas empresas estão montando setores de P&D apenas para seguir a moda, e confundem inovação com escritórios abertos ou dinâmicas de grupo. É verdade que os titãs da tecnologia atuam dessa forma, mas há planos e objetivos bem detalhados por trás das cortinas.
2 – Estruturação do setor
Sabendo onde quer chegar, é mais fácil decidir como iniciar o setor de P&D. Você precisa responder algumas perguntas básicas:
- Qual será o investimento?
- Qual será a estrutura física?
- Quem terá quais responsabilidades?
- Como será a comunicação entre P&D e os demais setores da empresa?
Não adianta jogar algumas pessoas com perfil inovador em uma sala e esperar que elas façam milagres. Se você está levando a estruturação de P&D a sério, deve tratá-lo como faria com o setor financeiro ou operacional.
Mesmo que comece com apenas um colaborador, deve existir clareza sobre quais recursos ele poderá utilizar e qual retorno é esperado.
3 – Estabelecimento de processos
A estrutura mais adequada pode variar, a depender do nível em que a empresa se encontra. Uma startup nos primeiros meses de vida será quase um setor de P&D em si mesma, pois todos estão buscando a melhor forma de fazer as coisas.
Uma multinacional, por outro lado, deve levar em conta a complexidade dos departamentos e processos já existentes.
Não adianta ter profissionais criando projetos inovadores, se o resto da empresa não aceita ou nem sequer conhece as novas ideias. Por isso é tão importante fomentar uma cultura de inovação na empresa.
Defina interfaces para a comunicação entre os setores, permitindo trocas rápidas de informações e contribuição entre os times. Evite conflitos e ineficiências, esclarecendo quais as responsabilidades e limites de cada setor antes que a P&D entre em operação.
Para gerenciar diversos times, ideias e projetos, você pode utilizar uma plataforma como o software AEVO. Criado com as melhores práticas de P&D em mente, ele é a ferramenta certa para direcionar sua empresa à inovação.
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4 – Definição dos KPIs para P&D
Na última etapa, que já pode envolver o time de P&D formado, a empresa deve apontar quais serão os Indicadores-chave de Performance (KPI) para mensurar o resultado obtido com a inovação.
Podemos dividir os Indicadores em dois grandes conjuntos:
- Os de inovação, que estão mais ligados à iniciativa, como quantas ideias foram geradas e implementadas, quais delas obtiveram algum sucesso, quantos colaboradores estão sugerindo propostas, quantas pesquisas foram realizadas, e assim por diante.
- Os Indicadores de Produtividade, que medem os resultados concretos trazidos pelas iniciativas: tempo de fabricação, redução de custos, aumento nas vendas, produtos lançados, menções nas redes sociais, etc.
Como a maior parte das empresas levará algum tempo para incorporar o setor de P&D em sua rotina, é comum adotar um ciclo inicial focado no primeiro conjunto de métricas, as de inovação.
Seu objetivo é garantir que os colaboradores das diversas áreas sejam incentivados a se engajar nas atividades de inovação.
Esse período pode ser de 3 ou 6 meses, por exemplo.
A partir daí, é interessante planejar um segundo ciclo, com a adição gradual dos Indicadores de Produtividade, visibilizando o setor de P&D enquanto um novo pilar da companhia, cujos esforços trazem resultados tangíveis, como o aumento da produtividade ou a captação de novos clientes.
Pesquisa e Desenvolvimento + Inovação (P&D+I)
Para acompanhar o ritmo de inovação crescente em todos os mercados, as empresas devem realizar mudanças, não só nos produtos e serviços que oferecem, como em sua própria estrutura.
Um dos setores mais afetados é o de Pesquisa & Desenvolvimento, que, em muitas organizações, assume a Inovação como parte da sua essência, dando origem ao P&D+I.
A pesquisa e desenvolvimento tradicional
Responsável por obter informações e sugerir ideias para o crescimento da empresa, o setor de Pesquisa e Desenvolvimento está em constante diálogo com outras áreas do negócio – como o financeiro, operacional, atendimento, e até mesmo os consumidores.
Sua estrutura pode ser diferente em cada companhia, mas ele costuma seguir uma dinâmica básica.
Em primeiro lugar, busca coletar dados: opiniões de colaboradores, movimentos do mercado, novas tecnologias, e assim por diante.
A partir desse conhecimento, o setor de P&D dedica-se a formular projetos capazes de aumentar a eficiência e lucratividade da empresa, lançando novos produtos, aperfeiçoando os existentes, reduzindo custos de produção, treinando colaboradores, e assim por diante.
Por que P&D+I?
Com as rápidas mudanças ocorrendo em tecnologias e processos, cada vez mais empresas começam a perceber que só existem dois cenários possíveis no médio e longo prazo: inovar, ou ser derrotada pela inovação de suas concorrentes.
Um exemplo do segundo cenário foi vivido pela Kodak.
Nos anos 90, a líder no mercado de equipamentos fotográficos tinha valor estimado em U$ 30 bilhões. Atropelada pelos avanços nas câmeras, impressoras e smartphones, chegou a valer apenas U$ 80 milhões em agosto de 2019 – 0, 27% da sua grandeza anterior.
As empresas que adotam o P&D+I se posicionam no outro lado da história, preparadas para estar à frente da inovação e conduzir as mudanças.
Ao contrário da inovação incremental, focada em melhorias cotidianas que se acumulam, os projetos de P&D+I costumam ser marcados por objetivos arrojados, elevada complexidade e retornos de médio ou longo prazo.
Os times de P&D+I devem se adequar à essas circunstâncias, e contar com uma estrutura capaz de oferecer organização, acompanhamento, comunicação e resolução de problemas.
A sugestão é utilizar uma plataforma desenvolvida com base nas necessidades mencionadas, como o software de Pesquisa & Desenvolvimento AEVO.
O setor de P&D+I atua em quatro frentes:
- Pesquisa básica, visando ampliar a compreensão da empresa sobre fatos como o comportamento do consumidor ou o funcionamento de novas tecnologias;
- Pesquisa aplicada, que, como o próprio nome esclarece, busca informações que possam ser direcionadas a algum tipo de aplicação prática, nos produtos ou processos;
- Desenvolvimento experimental, uma espécie de laboratório onde as hipóteses levantadas nas pesquisas são testadas e novas ideias podem surgir;
- Inovação tecnológica, com a criação ou aprimoramento dos produtos, processos, recursos materiais e humanos na organização.
A estrutura de pesquisa e desenvolvimento e a inovação
Nós já falamos sobre a importância do setor como um alicerce para quem deseja inovar.
A P&D+I fornece um apoio para que as ideias dos colaboradores possam se transformar em resultados concretos: novos produtos, melhores processos de fabricação, aumento dos lucros e da visibilidade, etc.
Essa estrutura permite que a empresa adote a inovação não como um adjetivo atraente, mas como uma visão: criar soluções novas e cada vez melhores, tanto para apresentar ao mercado quanto para aprimorar seu funcionamento interno.
Lei do bem para P&D+I
Buscando acelerar a inovação das empresas no país, o Governo Federal instituiu, em 2005, a Lei da Inovação, ou Lei do Bem, que concede incentivos para empresas cujas atividades sejam orientadas à P&D+I.
Através de um Regime Especial de Tributação, a Lei do Bem promove a cooperação entre empresas privadas e Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs), como universidades e centros de pesquisa, estimulando a inovação em ambas as frentes.
Entre os incentivos para quem se dedica à P&D+I, estão o abatimento no imposto de venda, a facilitação para captar recursos públicos e o uso de instalações, pessoal e demais recursos das ICTs.
Veja mais detalhes e confira como a sua empresa pode ser beneficiada pela Lei do Bem no vídeo do podcast AEVO Boost abaixo:
P&D+I e programa de ideias
Com o objetivo de ajudar organizações a desenvolver um setor de P&D+I adaptado às exigências dos mercados modernos, a AEVO desenvolveu a plataforma de gestão da inovação, o AEVO. O software permite que as empresas criem e façam a gestão de um programa de ideias.
O Programa de Ideias traz a premissa e a visão de que todos os envolvidos na companhia, independentemente do cargo ocupado, podem contribuir para a melhoria dos seus produtos e processos.
Ao invés de manter um time de P&D+I fixo, o Programa de Ideias incentiva a adoção de um setor transversal, com a definição de um grupo responsável por coordenar as ações de inovação, e o engajamento coletivo na construção de ideias e projetos.
Essa filosofia busca somar a expertise de cada colaborador, trazendo visões diferentes sobre o mesmo problema para que a melhor solução possa ser encontrada.
O emprego do Programa de Ideias traz uma série de benefícios:
- Otimização no uso dos recursos e melhoria nos processos produtivos;
- Maior quantidade e qualidade nos produtos ofertados;
- Pioneirismo no mercado, criando novidades, ao invés de apenas segui-las;
- Bem-estar dos colaboradores e maior identificação destes com a empresa.
Conclusão
O setor de Pesquisa e Desenvolvimento é como uma bússola e um mapa para navegar em mercados cada vez mais competitivos. Ele pode apontar o destino, e ajudar a encontrar o melhor caminho.
Se você deseja implementar ou consolidar a P&D na sua empresa, e precisa de um bom guia para tirar o máximo do setor, uma sugestão é o nosso software, o AEVO.
Com ele, você pode gerenciar todas as etapas da Pesquisa e Desenvolvimento numa interface simples e eficaz, transformando informações em projetos, e projetos em realidade.
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