A busca pela ampliação da inovação e da competitividade no mercado global é uma prioridade no contexto brasileiro.
Entendendo que essa é a chave para impulsionar o desenvolvimento econômico e social, entidades públicas e privadas se organizaram através do Sistema Nacional de Inovação (SNI), estrutura essencial para elevar a capacidade do país.
Reunindo uma gama diversificada de agentes, políticas e recursos, o SNI desempenha um papel fundamental para criar um ambiente propício à inovação e ao empreendedorismo.
Confira em detalhes a importância do Sistema Nacional de Inovação para o cenário brasileiro, suas engrenagens essenciais e as iniciativas que colaboram para fortalecer esse sistema.
Saiba como o SNI impacta diretamente o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, e como esse motor da inovação pode contribuir com a sua empresa. Siga a leitura.
O que é o Sistema Nacional de Inovação (SNI)?
O Sistema Nacional de Inovação (SNI) é um conjunto de instituições, políticas e recursos que visam promover a inovação e impulsionar o desenvolvimento econômico e tecnológico do país.
No Brasil, o SNI foi oficializado por meio da Lei de Inovação Tecnológica (Lei nº 10.973/2004), cujo objetivo principal era o de estimular a inovação nas empresas, universidades e instituições de pesquisa.
Criado para fomentar a competitividade do país no contexto global, o SNI busca fortalecer a capacidade de inovação por meio da integração entre setores público e privado, além de incentivar a cooperação entre as empresas e as instituições de pesquisa.
Desde a sua criação, o SNI tem passado por um processo contínuo de evolução para se adaptar às demandas do mercado e à dinâmica da inovação.
Diversas iniciativas e programas foram desenvolvidos ao longo dos anos para aprimorar a estrutura do sistema, fortalecer a interação entre os agentes envolvidos, e estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em diversos setores da economia.
Com isso, as instituições buscam garantir um ambiente propício para o surgimento de soluções inovadoras, bem como para a ampliação da competitividade e da inserção internacional das empresas brasileiras.
É importante destacar que, enquanto um sistema, o SNI não possui uma liderança centralizada.
As decisões são compartilhadas entre diferentes atores, envolvendo tanto o setor público quanto o setor privado, além de instituições de pesquisa e universidades.
Além disso, o Sistema Nacional de Inovação é regulamentado por órgãos governamentais como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Eles têm como função principal promover políticas e programas que estimulem a inovação.
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Qual o papel e a importância do SNI no ecossistema de inovação?
O Sistema Nacional de Inovação é uma base para o ecossistema, fornecendo uma estrutura organizacional e orientação para promover e coordenar as atividades de inovação no país.
Ele tem o propósito de criar um ambiente propício para o desenvolvimento tecnológico, científico e econômico.
Na prática, suas ações promovem a competitividade e o crescimento sustentável, tanto das empresas nacionais quanto da sociedade, que pode contar com soluções novas e melhores para as suas necessidades.
A importância do SNI reside no seu potencial para estimular a inovação em diversos setores, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social.
Ele oferece um espaço para a integração entre instituições de pesquisa, empresas, governo e outras entidades, facilitando a troca de conhecimentos, recursos e experiências.
Além disso, o Sistema Nacional de Inovação promove a criação e a difusão de novas tecnologias, as quais impulsionam a competitividade das empresas no mercado nacional e internacional.
A atuação do SNI também proporciona oportunidades de acesso a recursos financeiros, programas de incentivo à inovação, parcerias estratégicas com universidades e centros de pesquisa.
Quais os agentes envolvidos no SNI?
O Sistema Nacional de Inovação se estrutura em três grandes setores, cada um atuando de formas únicas no fomento à inovação no país.
- O governo, em diversas escalas, contribui com a elaboração de políticas públicas, e na oferta de recursos e infraestrutura que fomentam a inovação, além de regular o setor;
- As instituições de pesquisa, com destaque para as universidades, focando na geração e disseminação de conhecimento por meio de pesquisas acadêmicas.
- As empresas, que entram com investimento e estrutura para transformar o conhecimento em soluções práticas e inovadoras.
1. Governo
As ações governamentais são fundamentais para promover o desenvolvimento do Sistema Nacional de Inovação.
Atuando em nível municipal, estadual e nacional, ele oferece o suporte necessário para a pesquisa e desenvolvimento, e implementação de novas ideias e tecnologias no país, e se faz presente em quatro frentes:
Fomento à pesquisa
O governo tem uma responsabilidade indispensável no fomento à pesquisa científica e tecnológica por meio de órgãos como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs).
Esses órgãos fornecem subsídios, bolsas, financiamento e suporte técnico para pesquisas em instituições de ensino e centros de pesquisa.
Esse fomento é essencial para garantir a produção de conhecimento e inovação, mantendo estudantes e professores engajados em suas pesquisas.
Infraestrutura
O governo investe na criação e manutenção de infraestruturas físicas e tecnológicas, essenciais para o avanço do ecossistema de inovação.
As áreas incluem parques tecnológicos, incubadoras, aceleradoras, laboratórios, entre outros.
Além disso, também é do governo a incumbência de construir estruturas de apoio como redes de comunicação, vias de transporte e sistemas de energia.
Essa infraestrutura fornece um ambiente propício para a pesquisa aplicada, desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.
Fomento às empresas
Instituições como o BNDES e as agências de fomento oferecem suporte financeiro, tecnológico e intelectual para as empresas que desejam inovar.
Esse suporte inclui linhas de crédito, incentivos fiscais, programas de capacitação, acesso a tecnologias e estímulo à participação em feiras e eventos do setor, fortalecendo o ecossistema de inovação.
Regulação
Além disso, o governo se dedica à criação e manutenção de um ambiente regulatório favorável à inovação. Isso inclui as leis de incentivo à inovação, proteção de propriedade intelectual, incentivos fiscais para investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, marcos regulatórios claros e políticas de estímulo ao empreendedorismo e à criação de startups.
2. Empresas
As empresas colaboram para a geração, absorção e difusão de conhecimento e tecnologia, bem como para o desenvolvimento de soluções inovadoras que contribuem para o crescimento econômico e a competitividade do país.
Na prática, elas são responsáveis por:
Recursos para transformar conhecimento em soluções
As empresas investem recursos financeiros e humanos em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Fazendo isso, elas transformam conhecimento científico e tecnológico em soluções, produtos e serviços inovadores.
Esses investimentos tanto podem ocorrer internamente, por meio de departamentos de P&D, laboratórios e equipes especializadas, quanto gerar parcerias de inovação aberta com startups, instituições de pesquisa e universidades.
Contribuição com impostos para o Sistema
Parte dos impostos pagos pelas empresas são direcionados ao Sistema Nacional de Inovação, mantendo as suas iniciativas.
Eles são usados para financiar programas e políticas públicas de incentivo à inovação, bem como subsídios e incentivos fiscais.
Apoio a entidades do Sistema S
Muitas empresas apoiam e participam ativamente de entidades como Sebrae, Senai e Senac.
Essas instituições tem lugar central na formação profissional, capacitação, consultoria e suporte técnico para empresas e empreendedores.
Ao colaborar com o Sistema S, as empresas contribuem para a disseminação de conhecimento, inovação e empreendedorismo no país.
Articulação por meio de entidades de classe
As empresas também se associam a entidades de classe, como associações empresariais, câmaras de comércio e outras organizações setoriais.
Essas entidades atuam como interlocutores entre o setor privado e o governo, articulando demandas, propondo políticas e promovendo ações em prol do desenvolvimento e da inovação nos diversos setores da economia.
3. Instituições de Ciência e Tecnologia
As ICTs são pilares na geração de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e formação profissional, contribuindo significativamente para a competitividade do país.
Geração de conhecimento base
Universidades e instituições de pesquisa são centros de produção de conhecimento base, dedicando-se à pesquisa fundamental em diversas áreas do conhecimento.
Essa pesquisa não apenas expande os limites do conhecimento humano, mas também gera descobertas, teorias e métodos que servem como base para inovações futuras.
Desenvolvimento de tecnologias
Através de programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), laboratórios e centros especializados, essas entidades exploram novos conceitos, realizam experimentos e desenvolvem protótipos.
Muitas descobertas e avanços tecnológicos significativos têm origem nesses ambientes, sendo posteriormente utilizados por empresas para inovação em produtos, processos e serviços.
Transferência de tecnologia
Além de gerar conhecimento e desenvolver tecnologias, essas instituições também figuram de modo importante na transferência de tecnologia para o setor produtivo.
Por meio de parcerias entre universidades, centros de pesquisa e empresas, pesquisas acadêmicas são adaptadas e aplicadas para resolver desafios reais.
Formação de profissionais qualificados
Outro aspecto fundamental é a formação de profissionais.
Os programas de graduação, pós-graduação e cursos de capacitação técnica e científica preparam os futuros colaboradores para atuar nas organizações e contribuir com a inovação, pesquisa e desenvolvimento.
4. Consumidores e sociedade
Apesar de não serem oficialmente considerados agentes do Sistema Nacional de Inovação, os consumidores e a sociedade desempenham um papel no impulsionamento da inovação ao gerar demandas por soluções e produtos inovadores.
No contexto nacional, alguns elementos estão se destacando, influenciando diretamente a pressão por novas abordagens e soluções:
Inclusão e consumo digital
A crescente inclusão digital e o acesso generalizado à tecnologia têm transformado os hábitos de consumo ao redor do país e do mundo.
A demanda por soluções digitais acessíveis e intuitivas tem gerado uma pressão significativa por inovações neste campo.
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Consumo sustentável
A conscientização ambiental tem promovido uma mudança nos padrões de consumo.
Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade dos produtos, buscando opções de baixo impacto e empresas comprometidas com as boas práticas do tema.
Envelhecimento da população
O envelhecimento da população brasileira é uma tendência importante que cria demandas específicas por produtos e serviços voltados para a terceira idade.
Esse movimento gera oportunidades para inovações em áreas como tecnologias assistivas, saúde, mobilidade e entretenimento adaptado.
Aproximação de marcas com propósito
Do outro lado, entre as novas gerações há um aumento significativo na busca por marcas que tenham propósito e valores alinhados com os principais debates em andamento na sociedade.
Essa tendência move as empresas a inovarem não apenas em produtos, mas também em suas práticas internas e estratégias de impacto social, como o ESG.
Desafios do SNI no Brasil
Mesmo apresentando um forte desenvolvimento ao longo dos últimos anos, o Sistema Nacional de Inovação ainda enfrenta alguns obstáculos no país.
Organizações como a ANPEI indicam que, em comparação às grandes nações industrializadas, como Alemanha, EUA e Japão, nosso sistema ainda é imaturo e ineficiente. Precisamos superar barreiras como:
Dificuldade na disseminação do conhecimento científico
Embora o país tenha avançado na produção, a transição deste conhecimento para as inovações concretas no setor produtivo é complexa.
Há uma lacuna entre a pesquisa acadêmica e a aplicação prática, desafiando a transformação do saber em soluções comerciais.
Infraestrutura precária de ciência e tecnologia
A infraestrutura limitada para ciência e tecnologia impacta diretamente a capacidade de pesquisa e desenvolvimento no país.
Investimentos insuficientes no setor produtivo, resultando em baixos resultados econômicos em inovação, são a principal queixa nesse sentido.
Relações limitadas entre empresas e universidades
Embora haja um avanço no investimento do setor privado em núcleos de pesquisa, a interação entre empresas e universidades ainda é reduzida.
Poucas organizações investem nesses ambientes, por fatores que vão do desconhecimento por parte das empresas aos obstáculos políticos, e limitam o potencial de colaboração entre os setores acadêmico e empresarial.
Conclusão
As estruturas e incentivos oferecidos pelo Sistema Nacional de Inovação trazem um impacto substancial para as empresas que buscam se destacar no mercado.
É inegável que a colaboração entre governo, instituições de pesquisa e empresas, aliada ao apoio financeiro e infraestrutural, cria um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções inovadoras.
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