Design Value Thinking: melhorando os resultados do projeto

Conheça mais sobre o design value thinking, framework que irá mudar o mindset da sua equipe de projetos e melhorar a entrega de valor para os clientes.

Os pesquisadores reconheceram há muito tempo que as abordagens padrão para o gerenciamento de projetos não são adequadas para abordar mudanças no ambiente ou nas necessidades do negócio, particularmente em contextos inovadores caracterizados pela incerteza e complexidade.

E nós precisamos reconhecer que mesmo em um cenário ideal, em que um projeto é completamente fiel ao escopo proposto, não é raro quando o cliente não reconhece o valor do que foi entregue. Talvez esse seja um dos aspectos que mais provoca frustrações na gestão de projetos: completar todas as etapas de um projeto com plenitude, mas não conseguir produzir percepção de valor para o cliente com a entrega.

Ultimamente, temos ouvido falar muito na expressão Design Thinking, mas o que de fato é isso, e qual a relação tem com Gestão de Projetos e a percepção de valor de resultados?  Bem, esse tema vem sendo adotado por pessoas e organizações, principalmente no mundo dos negócios e claro no universo dos projetos.

A seguir, examinaremos como esse framework pode mudar o mindset da sua equipe de projetos e melhorar a entrega de valor para o cliente. Confira!

O Design Value Thinking como campo da inovação

Tim Brown, idealizador do conceito de Design Thinking, diz que “o Design Thinking aborda simultaneamente a desejabilidade da solução, sua viabilidade técnica e sua viabilidade – isto é, sua capacidade de converter em valor para o cliente e oportunidade de mercado”.

Segundo ele, o Design Thinking é um sistema de espaços ao invés de uma série pré-definida de etapas ordenadas. Os projetos de design passam por três espaços: inspiração, ideação e implementação. Os projetos retornarão através desses espaços – particularmente os dois primeiros mais de uma vez, pois as ideias são refinadas e novas direções são tomadas.

O design mobiliza abordagens diversas e práticas, como observação, colaboração, aprendizado rápido, visualização de idéias, prototipagem de conceito rápido e análise de negócios simultânea. Nos concentramos em três fases que ocorrerão de forma iterativa em ciclos:

(1)  Uma fase inicial exploratória focada na coleta de dados para se inspirar, identificar as necessidades dos usuários e definir o problema como uma hipótese a ser explorada.

(2) Um estágio de geração de ideias e conceitos.

(3) Prototipagem para experimentar e implementar os conceitos propostos como resposta ao problema hipotético.  

O Design Value Thinking move o projeto a montante no processo de inovação e envolve jogadores que não sejam designers, como usuários e outras partes interessadas. Pretende ir além do design de artefatos e contribuir para a estratégia de um projeto e, mesmo, da própria organização.

Por que o Design Value Thinking pode aumentar a visibilidade dos resultados?

O Design Thinking examina diversos ângulos e perspectivas para solução de problemas. A base desse conceito é entender os métodos e processos que designers utilizam ao criar soluções inovadoras.

Tudo bem, mas o que isso tudo tem a ver com gerenciamento de projetos? Tudo, afinal nos últimos anos o termo “pensar fora da caixa” tem sido muito abordado, pois como gestores de projetos são “treinados” (e muitas vezes treinam outros profissionais) para pensar no problema e não na solução.

E quando estamos falando de gerenciamento de projetos de inovação, o foco seria uma só, a solução para melhoria de alguma necessidade/demanda. E como já dizia Albert Einsten: “a inovação nunca é fruto do pensamento lógico, mas o resultado dela está sempre conectado a uma estrutura lógica”.

Ao começar com uma fase de definição de problema, o Design Thinking pode contribuir para a articulação da estratégia de um projeto. Já que através da coleta de dados profundos e da articulação de variadas suposições a serem testadas simultaneamente, garante que  múltiplas opções serão consideradas e testadas, antes que o problema abordado seja efetivamente articulado.

Além disso, a estratégia moderna enfatiza os processos de aprendizagem como uma capacidade dinâmica chave de uma empresa. Como essa capacidade pode ser desenvolvida, no entanto, não é bem abordada. O gerenciamento de projetos é claramente um candidato interessante para superar essa lacuna.

Mas, para isso, precisa desenvolver uma perspectiva maior sobre questões estratégicas. O Design Thinking pode fornecer insumos nesta perspectiva. Fornece um método para criar conhecimento sobre orientação estratégica através, por exemplo, de descobertas de necessidades e inspiração.

Finalmente, abordando a questão chave do esforço inovador e, assim, aumentando o valor de uma dimensão funcional para uma simbólica, as ferramentas de Design Thinking fornecem um veículo de capitalização de nível firme que permite a reutilização de conhecimento de um projeto para outro.

Complementando a perspectiva analítica e funcional de gerenciamento de projetos tradicionais enfatizando o significado do projeto inovador. Ao fazê-lo, contribui de forma importante para a orientação e formulação de estratégias.

A aplicação do conceito no plano prático de um projeto

O reconhecimento de que o design é um fator importante para a criação de valor levou à sua integração como uma capacidade comercial das empresas. Reconhecendo esse papel estratégico, os pesquisadores apontaram a importância de difundir práticas de design em toda a organização, além do alcance específico da inovação.

A ideia é que o design é mais um atributo cultural de uma empresa do que um conhecimento especializado: precisa se movimentar a montante, onde as decisões estratégicas são tomadas.

Assim, o design contribui mais para dois desafios específicos de gerenciamento de projetos: o desafio da exploração e o desafio das partes interessadas. Também existem contribuições potenciais para abordar o desafio da formulação da estratégia, embora tais contribuições precisam ser mais especificadas e exigir pesquisas futuras.

A partir da literatura existente sobre o conceito, o Design Thinking pode ser aplicado de forma prática na gestão de um projeto seguindo das seguintes formas:

  • Compreensão profunda dos usuários: observação e interação com eles em seu habitat nativo (etnografia, métodos de pesquisa qualitativa, observação participante, entrevistas, mapeamento de viagens, análise do trabalho a ser realizado e assim por diante)
  • Trabalho colaborativo estruturado: mapeamento mental para facilitar o desenho de informações de dados etnográficos e criar uma “mente comum” entre os membros da equipe, usando ideias colaborativas, como brainstorming e técnicas de desenvolvimento de conceitos.
  • Identificação de suposições: pressupostos em torno da criação de valor, execução, escalabilidade e defesa que subjazem a atratividade de uma nova ideia.
  • Prototipagem: técnicas que facilitam a criação de idéias abstratas tangíveis (storyboard, cenários de usuários, metáforas, viagens de experiência, ilustrações de conceito de negócios e assim por diante).
  • Experiências de campo: testando os principais pressupostos subjacentes e geradores de valor de uma hipótese no campo com as partes interessadas.

Contribuição do Design value Thinking para o Gerenciamento de Projetos em Situações Inovadoras

Sugerimos que o Design Thinking possa contribuir fortemente para enfrentar os três desafios encontrados pelo gerenciamento de projetos. E para as limitações do gerenciamento de projetos em situações inovadoras.

Como observamos, o Design Thinking aborda problemas complexos em contextos incertos e mobiliza ferramentas e atitudes para esse fim. Funcionando como uma abordagem de “definição e resolução” que trata de situações mal estruturadas onde o problema não é articulado e é considerada uma hipótese onde a ação estimula pensamentos para inspirar melhores soluções.

O Design Thinking enfatiza a necessidade de envolver as várias partes interessadas no processo de inovação e propõe metodologias, ferramentas e processos para facilitar suas interações – é uma habilidade estratégica que contribui para a criação de valor,  colaborando para enfrentamento dos desafios encontrados pelo gerenciamento de projetos que demandam inovação.

Agora  que você já entendeu que que o que é o Design Value Thinking, está na hora de aplicar os conhecimentos e melhorar a visibilidade dos resultados dos seus projetos.  E se você tem interesse no assunto ou tem alguma dúvida, deixe suas perguntas nos comentários!

Lillian Donato

Formada em Publicidade e Propaganda pela UFES e pós-graduada em BI, Marketing Digital e Data Driven pela PUCRS, Lillian trabalha com marketing há 8 anos, tendo passado por agências de marketing, veículos de comunicação, trabalhando com rádio e televisão, além do setor de tecnologia e software. Ao longo de sua experiência profissional, já trabalhou com design, redação, SEO, mídias pagas, CRO e diversas outras áreas no marketing, tendo como especialidade marketing b2b. Atualmente é coordenadora de marketing na AEVO.

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Lillian Donato

Formada em Publicidade e Propaganda pela UFES e pós-graduada em BI, Marketing Digital e Data Driven pela PUCRS, Lillian trabalha com marketing há 8 anos, tendo passado por agências de marketing, veículos de comunicação, trabalhando com rádio e televisão, além do setor de tecnologia e software. Ao longo de sua experiência profissional, já trabalhou com design, redação, SEO, mídias pagas, CRO e diversas outras áreas no marketing, tendo como especialidade marketing b2b. Atualmente é coordenadora de marketing na AEVO.

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