Banco de Ideias: o que é e como implementar na empresa

Entenda neste artigo o que é um banco de ideias, quais as características desse método, como implementar e quais são os benefícios do seu uso em programas de inovação para empresas. Confira.

Um banco de ideias é um recurso de inovação que auxilia no processo de coleta de insights e sugestões dos colaboradores de uma empresa, de uma equipe ou de um grupo de pessoas.

Quando aplicado ao universo corporativo, pode ser um recurso estratégico para alavancar o negócio visando os objetivos organizacionais e os ganhos de curto, médio e longo prazo.

Um programa de inovação que conta com um banco de ideias facilita e potencializa a gestão da inovação de uma companhia que, posteriormente, terá uma série de boas ideias para avançar nas etapas do seu funil de inovação.

Entenda neste artigo o que é um banco de ideias, quais as características desse método, como implementar e quais são os benefícios do seu uso em programas de inovação para empresas. Siga a leitura.

O que é Banco de Ideias?

Banco de ideias é um método de captação, geração e implementação de ideias em empresas, obtidas a partir dos próprios colaboradores, que identificam oportunidades e solucionam problemas e desafios existentes na companhia, além de também possibilitar a criação de novos produtos, serviços e tecnologias.

Essa metodologia também pode ser reconhecida por outras nomenclaturas e sinônimos como Programa de Ideias, Programa de Intraempreendedorismo e caixa de sugestões.

O banco de ideias pode ser gerenciado, hoje, por meio de plataformas e softwares de inovação que permitem uma estruturação clara do processo e asseguram o retorno da iniciativa.

Este é o caso do AEVO, um software para gestão da inovação e estratégia, com uma central dedicada ao Programa de Ideias – que permite o gerenciamento de ideias, do insight à implantação.

Importância do banco de ideias

Alan Robinson e Dean Schroeder mostram em seu livro, “Organização guiada por ideias” que 80% do potencial de melhoria da empresa se encontra nas ideias da linha de frente.

Estes colaboradores são uma fonte valiosa para a sua empresa conhecer, em primeira mão, quais são as necessidades e soluções dos seus clientes, pois são eles que recebem rotineiramente sugestões, feedbacks e até reclamações que são extremamente úteis para inovar o seu negócio.

Além de, em alguns casos, estarem diretamente envolvidos no processo produtivo, podendo contribuir com na otimização da eficiência operacional e na produtividade geral.

Um bom exemplo desta contribuição é o programa de inovação da Energisa.

Alexandre de Castro, Gerente de Inovação do grupo Energisa, participou de um bate-papo sobre inovação com equipes descentralizadas no Podcast AEVO Boost e destacou como a empresa alcançou um ROI 12 vezes maior do projetado em 2021 a partir da inovação com a operação.

Ainda mencionou que esse número foi 20 vezes superior em 2022, tudo isso a partir da implementação das iniciativas de inovação da companhia. Confira o episódio e o case no vídeo abaixo:

YouTube video

O banco de ideias se insere como um recurso importante para organizar as ideias recebidas, sem que elas se percam com o tempo ou pela má gestão.

Aplicado à linha de frente, o banco de ideias funciona como uma ponte entre estes colaboradores, a gerência e a alta liderança, fazendo assim com que as empresas sejam menos centralizadas e mais democráticas.

Um programa de inovação pode dar protagonismo e jogar luz sobre soluções extraordinárias para uma organização, que, dentre vários cenários, podem impactar na redução de custos, na otimização de processos, no engajamento e satisfação dos colaboradores, na resolução de um problema do cliente e etc.

Além de também dar destaque para que novas soluções e oportunidades surjam e sejam implementadas na companhia.

Em grandes empresas sabemos que a comunicação e o acesso às pessoas pode ser muito distante, a inovação é um meio que as aproxima.

Como implantar um banco de ideias na empresa em 4 passos

Confira, a seguir, passos necessários para uma empresa implantar um banco de ideias inovadoras.

1. Analise a situação da empresa

Primeiro, é necessário que seja feita uma análise completa da situação da empresa. Em um cenário de alta competitividade para sobrevivência no mercado, é necessário oferecer mais valor a seus clientes a fim de manter-se relevante para eles.

Para isso, é necessário economizar no custo, melhorar a qualidade do produto ou serviço e aumentar a capacidade de resposta. A forma como sua empresa está posicionada no mercado, sua cultura organizacional, seu público-alvo e seus objetivos são alguns dados importantes para que a situação da empresa possa ser analisada de forma minuciosa.

A análise da situação da empresa é essencial para que o banco de ideias seja efetivo. Os principais desafios organizacionais precisam ser comunicados de forma clara para que os colaboradores proponham ideias que solucionem problemas reais do negócio.

Em resumo, a criação de um programa de inovação baseado em um banco de ideias precisa estar fundamentada e alinhada com a estratégia empresarial.

A partir dos principais temas a serem priorizados e dos desafios que devem ser solucionados, temos uma implantação concreta de um programa de inovação, mais apto a lidar com o fluxo de ideias e com maior potencial de se adaptar aos diferentes setores integrantes da organização.

2. Trabalhe junto ao time de gestão para adequá-lo ao programa de inovação

Sensibilizar os gestores da sua empresa talvez seja a ação mais importante para aumentar as chances de sucesso do seu programa de inovação baseado em banco de ideias. É fundamental que a liderança esteja bem alinhada e fomente a mudança para a cultura de inovação.

No livro “Organização guiada por ideias“, os autores exemplificam a implementação do programa de inovação e organização de um banco de ideias por meio de um case da empresa americana Hickory Chair, especializada na venda de móveis em madeira e metal.

Após a análise da situação, constatou-se que a empresa fora impactada pelo crescimento do consumo de importações, fazendo com que ela precisasse transformar toda sua equipe de liderança para inovar a partir de um modelo baseado nas ideias dos colaboradores da linha de frente.

Muitas vezes, empresas tradicionais (como era o caso da Hickory) acabam sendo mais resistentes à mudança e enfrentam dificuldades para fazer com que um banco de ideias possa ser implementado com uma administração mais autoritária e centralizadora.

No caso da Hickory, o foco na mudança de comportamento da liderança foi trabalhado de forma séria e comprometida.

Alguns diretores mais obstinados, inclusive,  receberam o ultimato de serem demitidos imediatamente caso continuassem atrapalhando a empresa durante a implementação dessas novas iniciativas.

Muitos não se adaptaram: 70% dos gestores ou foram demitidos, ou decidiram sair por não estarem alinhados a esse novo ambiente no qual a linha de frente detinha um poder maior em relação à organização tradicional.

A adequação à cultura é essencial para que o banco de ideias de seu programa de inovação possa ser utilizado e aplicado de forma plena. É necessário que todas as áreas da organização, dos funcionários da linha de frente até os gestores, estejam envolvidos e engajados no processo.

É importante também que, ao trabalhar junto ao time de líderes, o sistema de gestão de ideias conte com o input de profissionais com diferentes habilidades e visões.

Orientar gestores para que alinhem os setores de forma coletiva é uma dica simples e que pode gerar resultados positivos para seu funil de inovação.

Dessa forma, as ideias podem ser trabalhadas por mais mentes criativas e inovadoras. Isso permite que o sistema de gestão de ideias flua e gere melhores resultados.

3. Aprenda com o processo, treine e delegue poder para a linha de frente alimentar o banco de ideias

No começo do programa de inovação da empresa Hickory Table, houve uma diminuição na taxa de melhoria, apesar da iniciativa de transformação e valorização da linha de frente.

Ao estudar extensamente sobre o trabalho do TSSC (Toyota Supplier Support Center), estrutura implantada pela Toyota para os fornecedores norte-americanos, o então presidente Jay Heardon decidiu contratar o serviço de consultoria da Toyota para a Hickory.

Hajime Ohba, veterano da Toyota, identificou um momento relevante durante sua visita à Hickory: um alarme de interrupção da linha de montagem disparou durante a visita por problema de obstrução.

Ao perguntar o porquê da obstrução, o supervisor explicou que não houve tempo para limpar a obstrução quando deveria, pois a produção precisava continuar. Hajime Ohba simplesmente respondeu: “Bem, vocês têm muito tempo agora”.

Ir diretamente para a fonte do problema é resultado direto do aprendizado com o processo. Quando uma fonte de problema é identificada por um colaborador, é fundamental que ele tenha a autonomia e segurança para propor uma ideia de solução e implementá-la caso faça sentido.

Como resultado dessa política, a Hickory Chair conseguiu cortar o estoque de seu material em mais de 90% e diminuir seus prazos de entrega de 16 semanas para uma semana e meia. Além disso, as vendas na década seguinte aumentaram massivamente, com retorno sobre os ativos aumentado para quase 50%.

Essas conquistas não foram alcançadas somente com a implantação de um programa de inovação focado na linha frente e em esperar as ideias surgirem. Foi preciso realizar ajustes significativos na organização e na gestão de funcionários.

Com uma análise da situação embasada, trabalhando o respeito e a valorização dos trabalhadores da linha de frente, e implementando ações que visam ao treinamento desses funcionários, o poder pode ser delegado à linha de frente, democratizando o banco de ideias de forma eficiente.

4. Direcione a linha de frente por desafios definidos pela alta liderança

Um dos grandes desafios ao implementar um programa de inovação que utiliza as ideias dos funcionários de linha de frente é que a construção de uma organização baseada e movida por ideias é trabalhoso e delegar essa confiança para a linha de frente vai contra as práticas e os modelos tradicionais de administração.

Uma abordagem dirigida pelo topo, mas movida por essa base, sendo bem executada e com todos trabalhando em prol do mesmo objetivo, pode ser muito mais eficiente.

O economista Friedrich Hayek, vencedor do Prêmio Nobel, fornece um insight interessante sobre o tema.

Ele classifica o conhecimento em dois tipos, o conhecimento agregado sobre a organização – aquele que os gestores no topo tendem a ter com um alto e complexo nível de dados e indicadores de desempenho – e o conhecimento das circunstâncias particulares de tempo e lugar – que, no caso, são referentes aos detalhes que geralmente escapam da visão daqueles que estão no topo realizando sua gestão.

Dessa forma, o ideal é unir o melhor de ambos os conhecimentos para direcionar a empresa no rumo correto.

Novamente, em uma frase: organizações dirigidas pelo topo (com o conhecimento agregado) e conduzidas pela base (que tem o conhecimento das circunstâncias particulares).

Por tudo isso, é tão importante que um programa de inovação seja implementado de forma alinhada à estratégia da organização, mas promovendo e executando ideias oriundas da linha de frente.

Conclusão

Com base em todo o conteúdo apresentado, fica clara a importância do banco de ideias para estimular e promover a inovação nas empresas.

Aproveite os meios facilitadores para implementar um programa de inovação que gere valor real ao negócio, solicite uma demonstração gratuita do AEVO e tenha em uma única plataforma toda a gestão das suas iniciativas de inovação.

Luís Felipe Carvalho

Luís Felipe Carvalho é um dos fundadores e, atualmente, CEO da AEVO; está há mais de 16 anos à frente de iniciativas para alavancar a inovação de empresas do Brasil e do mundo. Ao longo de sua trajetória, acumula experiências em gestão e implantação de projetos de inovação, buscando formas de gerar resultados para corporações também por meio do incentivo ao intraempreendedorismo. Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Espírito Santo, cursou MBA em Gestão Empresarial e possui certificação PMP (Project Management Professional) concedida pelo Project Management Institute. Foi analista de projetos e liderou programas inovadores em grandes companhias de segmentos como engenharia e siderurgia. Integrou ainda o corpo docente da FUCAPE Business School, ministrando disciplinas de Project Management Office (PMO), Portfólio e Maturidade em Projetos e Gerenciamento de Riscos.

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Luís Felipe Carvalho

Luís Felipe Carvalho é um dos fundadores e, atualmente, CEO da AEVO; está há mais de 16 anos à frente de iniciativas para alavancar a inovação de empresas do Brasil e do mundo. Ao longo de sua trajetória, acumula experiências em gestão e implantação de projetos de inovação, buscando formas de gerar resultados para corporações também por meio do incentivo ao intraempreendedorismo. Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Espírito Santo, cursou MBA em Gestão Empresarial e possui certificação PMP (Project Management Professional) concedida pelo Project Management Institute. Foi analista de projetos e liderou programas inovadores em grandes companhias de segmentos como engenharia e siderurgia. Integrou ainda o corpo docente da FUCAPE Business School, ministrando disciplinas de Project Management Office (PMO), Portfólio e Maturidade em Projetos e Gerenciamento de Riscos.

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