Você já ouviu o termo “lean startup” (ou sua tradução para o português, “startup enxuta”)? Esse é o nome de um método desenvolvido por Eric Ries, que foi popularizado em seu livro “A Startup Enxuta”.
O método traça uma moderna relação entre empreendedorismo, metodologias ágeis, inovação e o conceito de lean manufacturing, que surgiu no Toyotismo.
Se você ficou interessado em aprender mais sobre lean startup, veio ao lugar certo. Neste artigo, irá encontrar as informações essenciais sobre o método de Ries e entender como ele pode colaborar para o sucesso de sua empresa. Está pronto para começar?
O que é Startup?
Não podemos falar de lean startup sem entender bem o conceito de startup. Eric Ries a define como “uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza”.
Em outras palavras, Ries não define a startup a partir do seu porte, da maneira como ela é organizada ou da atividade que desenvolve. O que realmente se destaca no centro dessa definição são duas palavras: criar e incerteza.
Como sempre existe um empreendedor por trás de qualquer startup, o conceito de empreendedor é amplo o bastante para que muitas pessoas sejam assim consideradas — desde funcionários públicos até fundadores de ONGs.
Isso inclui, é claro, todos colaboradores de empresas que se posicionam como intraempreendedores. E essa constatação nos leva diretamente ao próximo ponto: os cinco princípios da startup enxuta.
Quais são os cinco princípios de lean startup?
Em seu livro, Ries apresenta cinco princípios de lean startup que, segundo ele, perpassam todas as partes de seu método. Confira quais são.
1) Empreendedores estão por toda parte
Essa é a observação que fizemos no item anterior. O conceito de startup de Ries é abrangente e, por consequência, significa que não é preciso se encaixar naquele estereótipo do inventor de garagem para ser um empreendedor.
2) Empreender é administrar
É verdade que um dos pontos centrais do conceito de startup é que ela dedica-se a criar um produto ou serviço; porém, ela não é o próprio produto ou serviço. A startup é uma instituição, e toda instituição precisa de gestão, certo?
Além disso, ela precisa de uma gestão especial, devido à sua condição de incerteza, que é outro ponto central do conceito. Por isso, Ries afirma que não podemos separar o empreendedorismo da administração.
3) Aprendizado validado
Ries defende que um dos propósitos por trás da startup é o aprendizado. O empreendedor aprende a desenvolver um negócio sustentável por meio dos experimentos que ele conduz com a startup, e os resultados desses experimentos validam o que ele aprende.
4) Construir-medir-aprender
Esse é um ciclo virtuoso, composto por três etapas, destacado por Ries. Na primeira etapa, transforma-se ideias em produtos ou serviços; na segunda, mensura-se a reação dos clientes; na terceira, extrai-se um aprendizado, que pode levar a startup a mudar de direção ou seguir adiante.
Segundo Ries, qualquer processo dentro de uma startup deve ser voltado a acelerar o ciclo construir-medir-aprender.
Este ciclo é o ideia central por trás do método de lean startup e falamos sobre sua importância no decorrer do artigo.
A título de curiosidade, Ries incluiu, na arte de capa de seu livro, o símbolo da caligrafia japonesa chamado Ensō — que representa, literalmente, um círculo, e possui uma importante simbologia para a cultura japonesa.

5) Contabilidade para inovação
Ries traz como princípio a necessidade de uma contabilidade diferente. Porém, ele não está se referindo realmente à contabilidade dos contadores, livros-caixa e impostos.
Na verdade, está falando de “accountability”, um termo em inglês ligado à prestação de contas sobre os resultados. Então, Ries fala que é necessário descobrir formas de mensurar progresso, definir metas e priorizar o trabalho nas startups.
Qual é a essência da startup enxuta?
Já vimos o conceito de startup adotado por Ries e os cinco princípios que permeiam suas ideias. Então, é hora de responder a principal pergunta: qual é a essência da startup enxuta? O que significa, afinal, lean startup?
Startup enxuta é um método, ou seja, um conjunto de práticas voltadas a ajudar os empreendedores a alcançar o sucesso. Para isso, essas práticas apoiam-se na priorização de agilidade, baixo custo e foco nos clientes.
A startup enxuta prefere testar e mensurar (o ciclo construir-medir-aprender), em vez de planejar, pesquisar e desenvolver, porque essas atividades consomem muitos recursos sem garantir o sucesso.
Alguns conceitos que você precisa conhecer
Antes de finalizar essa explicação sobre startup enxuta, conheça alguns conceitos desse método que podem ser úteis para compreender melhor sua proposta como um todo.
- Minimum Viable Product , ou Mínimo Produto Viável, ou MVP: é a forma mínima de um produto para que seja viável lançá-lo no mercado. Esse conceito reflete a priorização da agilidade e do baixo custo; a noção de que é melhor partir rapidamente para o teste prático da ideia, economizando tempo e recursos.
- Product x Market fit: esse conceito diz respeito ao encaixe entre o produto desenvolvido e as necessidades do mercado. Ele reflete a priorização do foco nos clientes.
- Pivotar: é o termo usado para uma mudança radical no produto ou modelo de negócio, realizada quando não se obtém bons resultados, para realinhar a startup com a realidade (do mercado, dos clientes). Reflete a importância do ciclo construir-medir-aprender.
A promessa da startup enxuta
Segundo o próprio Ries, em um artigo publicado inicialmente na Business Week e republicado no site Gigaom, a promessa trazida por seu método é de uma base mais sólida e rigorosa para o empreendedorismo. De uma startup construída em cima de fatos e conhecimento, em vez de mitos.
Assim, ele pode colaborar para evitar que tantas iniciativas fracassem, levando consigo a paixão e os esforços dos empreendedores que as idealizaram.
O que podemos extrair do método de lean startup, de Ries?
Em primeiro lugar, a necessidade de uma abordagem realista para o empreendedorismo e a inovação. Uma abordagem focada na realidade, e não em intuições e palpites.
Se você gera uma ideia e cria um produto, ele deve ser colocado nas mãos dos clientes o quanto antes, para descobrir se é viável.
E, se a recepção não for tão boa quanto esperado, é preciso estar preparado para abrir mão e fazer as mudanças necessárias.
Em segundo lugar, a importância de estar continuamente orientado para o progresso. E não poderíamos falar sobre progresso sem mencionar a necessidade de evolução rápida, para que a organização mantenha a relevância no mercado.
Isso inclui, é claro, a incorporação de tecnologias que possam aumentar sua eficiência e competitividade.