Riscos da inovação: como identificar, gerenciar e mitigá-los

Os riscos da inovação são impactos internos e externos que estão envolvidos no processo de inovação das empresas, eles podem e devem ser gerenciados e mitigados para que as organizações tirem o máximo proveito das iniciativas inovadoras.

Em um cenário econômico onde a inovação é fundamental para a sobrevivência dos negócios, as empresas precisam se adaptar rapidamente. Por isso, investir em um sólido programa de inovação corporativa é uma das maneiras de criar soluções com alto potencial de retorno.

Um estudo do IBGE de 2024 revelou que 49,1% das empresas que inovam na indústria, pretendem aumentar seus investimentos nos próximos anos. Esse número indica um otimismo no setor, apesar dos desafios da inovação que podem mudar repentinamente. 

Ao longo deste artigo vamos abordar os principais riscos da inovação, técnicas para identificá-los e as oportunidades que podem surgir nesse processo. Afinal, os mercados ficam cada vez mais competitivos, e é possível correr riscos de forma controlada. Continue a leitura.

Qual a importância da inovação para as empresas?

Os riscos da inovação se mostram evidentes para empresas que buscam modificar sua atuação sem se preparar estrategicamente, e também para àquelas que optam por se manterem no lugar, sem qualquer diferenciação.

Com o intervalo no surgimento de novas tecnologias cada dia mais curto, buscar novas maneiras de diversificar um negócio através da inovação se torna um elemento-chave. 

Podemos tomar como exemplo o Google Imagens. A ferramenta, hoje amplamente utilizada, surgiu a partir da alta demanda de buscas por um vestido usado por Jennifer Lopez, nos anos 2000.

É possível também considerar a evolução da Meta, que começou como uma rede social (Facebook), e hoje possui inúmeros produtos que englobam segmentos como mídia, pagamentos e realidade virtual. E, em termos de riscos de inovação, o polêmico ‘Metaverso’ rendeu aprendizados dentro e fora da empresa.

Embora a taxa de sucesso da inovação seja variável conforme o segmento de uma empresa e sua estratégia, o potencial de acerto é atrativo.

Uma empresa que deseja usufruir dos benefícios da inovação deve aceitar os riscos iminentes a este processo, o que pode ser feito de maneira planejada.

Vamos aprofundar melhor os riscos da inovação a seguir.

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Tipos de riscos associados à inovação

Da mesma forma que um investidor financeiro precisa exercer técnicas de gestão de riscos para evitar prejuízos, as empresas também devem realizar esse mapeamento.

Inovar quase sempre exige tomar decisões bem fundamentadas, para que suas consequências possam ser previstas com um entendimento dos riscos envolvidos e possíveis.

Leia mais:
Quais as formas de inovar? Estratégia e práticas
Por que investir em inovação? Importância e benefícios

Risco de mercado

Um dos principais riscos da inovação está atrelado ao mercado. Por isso, é fundamental entender a fundo o perfil de público e da concorrência, já que determinados mercados tendem a ser mais conservadores.

Movimentos inesperados como fusões de marcas e fatores externos, como economia e política, integram esse tipo de risco.

Continue aprendendo:
Inovação de mercado: o que é como e quando investir nesse modelo

Risco tecnológico

Outro tipo de risco possível no processo de inovação está relacionado à tecnologia.

Mudanças de alto impacto em aspectos de segurança digital, como a LGPD no Brasil, podem oferecer risco tecnológico para empresas inovadoras.

Tecnologias que visam solucionar demandas imediatas também correm maior risco de se tornarem obsoletas, desvalorizando o investimento realizado.

Risco operacional

Já no risco operacional, as dificuldades estão na adaptação de novas tecnologias ou relacionado à processos internos.

Falta de matéria-prima e/ou mão de obra, dependência de fornecedores externos e equívocos na definição de índices de desempenho são exemplos de riscos operacionais. 

Risco financeiro

Embora seja um dos riscos corporativos mais comuns, o risco financeiro merece uma atenção especial em um processo de inovação. Isso porque é fundamental que as metas e indicadores de inovação estejam relacionados aos objetivos de negócio, dentre eles, o retorno financeiro (ou até mesmo o crescimento da empresa) atrelado aos projetos de inovação que estão em curso.

Além disso, outra preocupação comum a muitas empresas está relacionada aos riscos envolvendo os investimentos em inovação. Em alguns casos é preciso recorrer a fontes externas para financiar as iniciativas de inovação, o que envolve a expectativa de resultados e retornos financeiros positivos.

Nesse sentido, um excesso de confiança em fatores externos ou erros no planejamento podem acarretar em impactos financeiros em outras áreas do negócio.

Por isso, é importante definir um orçamento sólido, entender as vantagens e desvantagens de obter crédito externo e projetar metas de receita atribuídas à inovação.

Risco regulatório

Considerando um contexto global em que muitas empresas visam ampliar o alcance de seus negócios para diferentes países, o risco regulatório pode ser uma trava.

Um bom exemplo é a obrigação por parte da União Europeia aplicada à Apple. A empresa teve que adotar a entrada USB-C em seus aparelhos vendidos na Europa, no lugar da entrada Lightning, padrão da marca.

Leis como a LGPD no Brasil, como citamos, que regulamentam o uso e segurança dos dados de usuários, assim como normas estabelecidas por órgãos como Inmetro e ANVISA, também podem impactar na inovação. 

Assim, um produto ou serviço, por mais inovador que seja, pode enfrentar barreiras ao expandir sua presença para um determinado país ou região. Esse tipo de risco pode ser mitigado ao consultar previamente a existência de regulamentações já existentes, junto com o auxílio jurídico da empresa.

Risco de reputação

A imagem de uma marca exerce um grande papel nos resultados dela, ainda mais em um contexto de inovação. Aqui, podemos retomar o exemplo da Meta e do ‘Metaverso’, que gerou expectativas no mercado, mas que deixou de cumprir o esperado em muitos aspectos.

Esse tipo de ocorrência pode reverberar negativamente na percepção da empresa, não apenas pelo público que consome, mas também no mercado investidor. Inovar é um ato de sobrevivência que as organizações devem praticar, mas é sempre válido considerar os impactos no reconhecimento da marca pelos consumidores.

Estratégias para identificação dos riscos

Por mais que uma empresa esteja preparada, os riscos existem e devem ser levados em consideração no processo inovador, é através da maturidade em inovação de cada negócio que as experimentações e seus pontenciais riscos devem ser considerados.

Especialmente na gestão de negócios, identificar os riscos possíveis é a melhor maneira de prever ações estratégicas para reduzir seus impactos, contribuindo também no mapeamento de oportunidades a partir de experiências já comprovadas por concorrentes.

Saiba mais: Cultura de experimentação: o que é, importância e benefícios

Análise de contexto

O lançamento de um produto ou serviço inovador que obteve sucesso no mercado, provavelmente, teve muito estudo para embasar sua realização.

Perguntas-chave devem ser feitas para analisar o contexto e elencar os riscos relacionados. Esse produto ou serviço já existe? Qual a contribuição dessa inovação para os clientes? Ela está seguindo tendências passageiras ou é eficaz a longo prazo?

Entender todos os aspectos que podem interferir na implementação de uma inovação, é uma forma de agir com cautela e coragem.

Em um cenário econômico onde a obtenção de crédito para empresas seja menor, talvez possa ser interessante repensar o orçamento de um projeto, ou até mesmo desprioriza-lo em função dos riscos.

Envolvimento dos stakeholders 

As empresas mais inovadoras costumam ter grupos de trabalho ou áreas de inovação (ou comitês) para avaliar seus próximos passos. Profissionais do marketing podem oferecer um overview detalhado das principais tendências e análise de mercado, enquanto o financeiro direciona possibilidades mais realistas.

Processos como brainstormings e design thinking contribuem para elencar ideias inovadoras, viabilizando protótipos e outras etapas mais concretas.

Com isso em mãos, etapas como aprovação de orçamento e decisões estratégicas se tornam facilitadas, dando visibilidade sobre o impacto da inovação para o negócio, a nível de gestores e C-levels.

Ferramentas de análise de riscos

A partir de etapas como brainstormings, stakeholders podem agregar a aplicação de ferramentas de análise de riscos para validar as ideias de inovação obtidas. Aqui o objetivo é elencar os prós e contras de um projeto, já alinhado com os níveis de risco e retorno possíveis.

Entre as ferramentas de análise de risco mais utilizadas está a matriz SWOT. A sigla que representa strengths (forças); weaknesses (fraquezas); opportunities (oportunidades) e threats (ameaças) favorece uma visão antecipada dos desafios de um projeto e permite encontrar formas de resolvê-los.

Uma das suas principais vantagens é que essa matriz consegue integrar gestores, lideranças e times táticos, dando maior visibilidade ao projeto. 

Já a matriz FMEA atua lado a lado com a gestão de riscos, com o objetivo de evitar ou reduzir impactos negativos no processo de execução de um projeto, sistema ou processos.

Ao estabelecer possíveis falhas no modo de agir, essa matriz favorece a tomada de ação em menor tempo, reduzindo o efeito em cadeia para outras áreas de execução das tarefas.

As etapas do FMEA

Em conjunto, também é possível aplicar mapas de calor, estabelecendo a relação entre a probabilidade de um risco se apresentar, com o seu grau de impacto no projeto. A principal vantagem é tornar a classificação dos riscos mais visual, juntamente com a legenda dos principais fatores, aplicável em diferentes empresas.

Gestão e mitigação dos riscos da inovação

Até aqui, nos concentramos na relação intrínseca entre inovação e riscos, principalmente no contexto de empresas e negócios. Porém, é totalmente possível trabalhar na mitigação de riscos da inovação, e é isso que permite que surjam novos produtos, serviços e processos mais inovadores, renovando os mercados e as oportunidades empresariais. Acompanhe:

Planejamento estratégico 

Antes de apostar alto em algo potencialmente inovador, uma empresa deve embasar um bom planejamento estratégico. Ele vai levar em consideração as etapas de matriz SWOT, pesquisa de mercado e avaliação de riscos financeiros.

O planejamento torna viável contornar adversidades como falta de referência para consumidores, alta competitividade e os diferentes graus de riscos da inovação. Ele também define etapas que possibilitam voltar atrás na execução, caso ocorra algum imprevisto.

Esse recurso também pode contribuir diretamente na hora de captar investimentos e crédito externo, já que transmite maior confiança no objetivo e metodologias de execução do projeto.

Em outras palavras, o planejamento torna executável a ideia de algo inovador, considerando todos os fatores possíveis.

Testes e protótipos

Após dar início às ações de um planejamento eficaz, é bem provável que a empresa consiga chegar na fase de testes e prototipação. Ela possui muita importância, pois consegue validar uma hipótese ou expor as falhas da inovação, antes que ela seja concluída.

Nesta fase, equipes técnicas podem aprimorar elementos de experiência do usuário, validar a integração com sistemas de terceiros e prever os possíveis bugs futuros.

Também é um recurso precioso na fase de aprovação com lideranças internas, que validam o uso do que foi desenvolvido e direcionam a continuidade ou revisão do projeto.

Continue aprendendo: Validação de ideias: como fazer e 4 ferramentas úteis

Flexibilidade e adaptabilidade 

Com a versão de testes devidamente apresentada, os envolvidos conseguem voltar às etapas de desenvolvimento, corrigindo falhas ou aprimorando funcionalidades.

Em caso de contextos como mudanças de orçamento ou regulamentação, é também nessa fase que a empresa consegue fazer adaptações, sem sofrer impactos maiores.

Capacitação contínua

Esse fator é essencial em empresas e equipes que inovam através de tecnologias e processos. Todo dia surge um novo formato de código, uma técnica inovadora de otimizar a criação de protótipos ou até mesmo a rotina.

Os profissionais precisam estar preparados para lidar com essas mudanças, aplicando o necessário na execução da ideia.

Como utilizar os dados para minimizar os riscos da inovação 

Todas as etapas que abordamos até o momento contribuem para tomadas de decisão mais concretas, mesmo em cenários arriscados. Mas é importante trazer esses estudos também para a realidade da empresa, e isso pode ser feito através da obtenção de dados.

A fase de análises de mercado já agrega muitos dados, mas as equipes também podem coletar métricas internas para embasar ações futuras. Testes A/B em produtos digitais são uma maneira de entender melhor a recepção a determinadas inovações, bem como o sucesso de empresas que já aplicaram um processo similar ao que está em questão. 

Cabe à sua empresa determinar quais as métricas de inovação mais importantes, como redução nos custos, aumento de produtividade, novos clientes, engajamento de equipes, etc.

Existem ferramentas diversas como o Power BI, que facilitam a visualização destes dados, auxiliando no monitoramento desde a etapa de testes, até a implementação final. 

Exemplos de empresas inovadoras

Empreender e inovar são desafios que exigem foco, planejamento e resiliência para lidar com mudanças bruscas de rota. Felizmente, há várias companhias com atuação no Brasil, que são referência para quem trilha o caminho da inovação: 

Embraer

Reconhecida mundialmente pela sua excelência, a Embraer é uma das empresas que mais inova no setor aeroespacial.

Os investimentos da empresa em inovação trazem retornos sustentáveis, com projeção de entrega de até 85 aeronaves comerciais para o ano de 2025. Sua atuação também se destaca no desenvolvimento de projetos aeroespaciais.

Mercado Livre

Referência no segmento de soluções para comércio eletrônico, incluindo meios de pagamento e crédito, o ML é um dos maiores marketplace em atividade na América Latina.

As inúmeras inovações focadas em processos logísticos e na experiência dos usuários, ajudaram na consolidação da marca.

Ambev

Visando ampliar o catálogo de serviços para oportunidades no meio digital, a Ambev criou o serviço Zé Delivery, ocupando posição no Top 10 empresas de maior inovação no Brasil.

O serviço consegue engajar os consumidores e favorece a amplitude de distribuição das marcas e produtos de bebidas da empresa.

Conclusão

Os riscos da inovação são impactos internos e externos que estão envolvidos no processo de inovação das empresas, eles podem e devem ser gerenciados e mitigados para que as organizações tirem o máximo proveito das iniciativas inovadoras.

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AEVO é uma plataforma completa de Gestão da Inovação que conta com soluções de ponta a ponta para estruturar, dar mais governança e gerar resultados para as empresas através de programas de inovação.

Grandes empresas do Brasil e do exterior confiam nas soluções da AEVO, pois com a sua tecnologia permite que as empresas tenham mais praticidade para gestão dos programas de inovação com o AEVO Innovate; e expertise e projetos personalizados em todo o processo através da sua consultoria de inovação.

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Livia Nonato

Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atua na área de marketing, content e SEO há quatro anos, tendo como principal foco a otimização para mecanismos de busca, gestão e crescimento dos canais de aquisição orgânico, performance e growth. Experiência e conhecimento em SEO para empresas B2B e produtos complexos. Atualmente, é analista de SEO na AEVO e aborda temáticas de inovação e tecnologia como redatora do blog AEVO.

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Livia Nonato

Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atua na área de marketing, content e SEO há quatro anos, tendo como principal foco a otimização para mecanismos de busca, gestão e crescimento dos canais de aquisição orgânico, performance e growth. Experiência e conhecimento em SEO para empresas B2B e produtos complexos. Atualmente, é analista de SEO na AEVO e aborda temáticas de inovação e tecnologia como redatora do blog AEVO.

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